A imagem que coloquei junto à essa postagem não é bonita. Mostra o carro de uma pessoa completamente embriagada e drogada, que perdeu o controle do carro, invadiu um posto de gasolina, arrancou uma bomba de combustíveis, bateu em outro carro e atropelou um frentista que trabalhava no local. Depois disso e ainda com o frentista embaixo do carro, ele tentou fugir, acelerando o carro. Só não conseguiu devido ao próprio estado lastimável em que se encontrava e porque algumas pessoas o impediram, tirando-o do carro.
O frentista, Carlos Pereira Silva, teve queimaduras e traumatismo craniano. Saiu do hospital no dia 27 de fevereiro, ainda muito debilitado. O seu advogado vai processar o motorista do carro, Caio Meneghetti Fleury Lombardi, o que vai ser uma das suas primeiras lições de direito. Pode até ser que ele aprenda algo com isso e use sua "experiência" na faculdade de direito.
Preso em flagrante, com frascos de lança-perfume no carro e bêbado, o que foi constatado por exames do IML local, o estudante foi autuado e liberado em seguida. Irá responder ao processo em liberdade. A polícia civil pediu a prisão do estudante, o que foi negado pelo justiça. No dia 28 de fevereiro, saiu o indiciamento por tentativa de homicídio com dolo eventual, tráfico de drogas e dano com periclitação de vida. Agora é só esperar.
Entendo que seja difícil cumprir uma legislação que está ultrapassada em alguns casos e que é omissa em outros. Indagado por repórteres, o delegado que atendeu a ocorrência disse em alto e bom tom: "A lei não permite que ele fique preso". É inacreditável que mesmo com flagrante, provas materiais e laudo médico provando embriaguês, o assassino esteja em casa, sem ter sequer passado uma noite na cadeia. Enquanto isso, o frentista que teve sua vida modificada para sempre pagará com dor e sofrimento pelo fato de ter ido trabalhar naquele dia.
Reformas nas leis são aguardadas há décadas e certamente não serão feitas. Nossos governantes sabem que mexer nas leis é perigoso. Torná-las mais justas e eficientes pode fazer com eles mesmos sejam afetados. E como isso não é aceitável, continuaremos a ver todos os dias casos como esse, em que o dragão recebe a mão da princesa em casamento enquanto o príncipe, destruído, volta para casa para juntar os cacos da armadura e, quem sabe, recomeçar a vida. Isso se tiver sorte.
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