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Belo Monte de que mesmo?

Uma grande discussão tomou de assalto o país no último mês: a discussão sobre a construção da Usina de Belo Monte, no Pará. Muito se discute sobre as pessoas afetadas, os prejuízos ambientais, entre outras coisas. Me perguntaram na sala de aula sobre isso, então resolvi colocar como postagem no blog.
Primeiro temos de dividir o tema: que país queremos para os próximos vinte anos? Se temos alguma pretensão de ser um país minimamente desenvolvido, precisamos de energia elétrica. Se não, podemos continuar com esse sistema capenga, consertado com cuspe e chiclete e que atende mal e porcamente o país hoje. Se crescermos um pouco mais do que está previsto (mais ou menos 5%) ao ano, não teremos energia para atender a demanda. Que fiquem bem claras duas coisas: a culpa do sistema não funcionar é dos políticos que estão no poder agora e desde o final da era militar, que não investiram em desenvolvimento mais do que o necessário para fazer propaganda política; eu particularmente não acredito que o país vai crescer nem 5%, afinal não temos infraestrutura para crescer nem essa meta.
Não podemos dizer que usinas são descartáveis, mas um plano melhor desenvolvido, com usinas menores, trabalhando em linha, trariam a mesma quantidade de energia e teriam impactos ambientais bem menores. A partir do momento em que estudos mostram que as usinas hidrelétricas não são uma energia tão limpa assim, pelo menos nos dez primeiros anos de existência (liberação de gás metano pela decomposição de matéria orgânica em ambiente anaeróbico), e em que países europeus e ambientalistas começam a repensar o uso de energia termonuclear, construir mais uma usina enorme (seria a 2ª maior do país), com baixo potencial gerador para a média do país, é um erro grosseiro de estratégia e planejamento.
É bem verdade que o projeto foi revisado e o que pretende-se que saia do papel é algo com impacto muito menor do que o projeto original, de cerca de 30 anos atrás. Mesmo assim, essa usina vai alagar uma área imensa, que representa a perda irreversível de um patrimônio natural de valor inestimável. Mais importante do que isso até é o caso da perda de patrimônio cultural da população ribeirinha e dos índios que moram nas áreas afetadas pela formação do lago.
Pelo menos por enquanto, a discussão ficou no menos importante: quem vai administrar a usina? Um consórcio, o governo federal ou ambos? Ninguém sabe. O que se sabe é que a usina vai sair do papel, afinal atende os interesses dos grandes industriais do ramo da construção civil que financiaram as campanhas vitoriosas do atual presidente da república (patrocinaram também os perdedores, para o caso de eles sairem vencedores. Em todos os casos só que perde é o país).
Sabemos também que construir usinas menores e com menos impacto seria mais inteligente e exatamente por isso não será feito. Se fossem feitas, eu seria obrigado a admitir a existência de pessoas inteligentes na política do país. E por fim sabemos que as pessoas afetadas pouco importam no processo, afinal serão removidas e aquelas que não forem virarão mão-de-obra barata para algum empreendimento do futuro lago. Nem vou comentar sobre preocupações ambientais, já que elas não existem nem aqui nem na China.
Mais uma vez o governo usou da tática de desviar a atenção da discussão para o que menos importa. Não me importaria se não tivesse funcionado. Fica o lembrete: é ano de eleições. Se o povo é tão facilmente manipulável em um assunto que afeta apenas uma parte do país, o que se dirá da campanha presidencial? Eu digo, bem alto: que venha a inundação.
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Vulcão é fogo!

Na Islândia, um vulcão com nome grande e difícil entrou em erupção no dia 14 de abril. Apenas um lembrete para aqueles que acham que o ser humano é a última bolachinha do pacote.
A erupção do vulcão colocou milhares de toneladas de cinzas na atmosfera e paralisou o transporte aéreo na Europa, causando o cancelamento de mais de 100 mil voos e dando uma prejuízo enorme para empresas do setor aéreo.
Muitos pseudo-cientistas já começaram, para atrair os holofotes, a falar que esse é apenas mais um sinal de que algo não vai bem com o planeta. Não podemos nos esquecer que tectonismo, vulcanismo e terremotos são fenômenos naturais que acontecem no planeta desde que ele existe. E chamamos de desastres quando nos afetam, os seres humanos que detém atualmente o controle do planeta.
Muitos também dizem que estão acontecendo muitos fenômenos ao mesmo tempo, o que é verdade em termos. Não podemos nos esquecer que os terremotos do Chile, Haiti e China, vulcões entrando em erupção, entre outros, são consequências da tectônica de placas, que movimentam os continentes. E o número de pessoas no mundo aumentou muito, ocupando áreas de risco, o que eleva o número de acidentes com vítimas. A imprensa também ficou mais eficiente e sabemos mais hoje do que sabíamos antes sobre esses fenômenos mundiais.
Parece que as pessoas se esquecem que essas coisas sempre aconteceram na escala geológica do planeta e que hoje afetam diretamente a vida, a sociedade e a economia planetária. Erupções vulcânicas como essa nos mostram o quanto somos insignificantes perante a natureza: sequer conseguimos voar se um vulcão entra em atividade. Não sejamos hipócritas: fenômenos extremos sempre aconteceram na Terra e sempre acontecerão, pelo menos enquanto o planeta existir. A diferença é que hoje sabemos disso, medimos e tentamos nos adaptar ao planeta. Até esse momento estamos conseguindo. Mas até quando isso continuará?
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Enfim, política novamente!

Como já diria o poeta, "para não dizer que não falei de flores"... grande Geraldo Vandré. Na verdade, é para não dizer que fui parcial e poupei um dos pré-candidatos à presidência da república do Brasil, José Serra.
Se Lula continua em sua magistral campanha pela eleição de Dilma, o agora ex-governador de São Paulo também fez das suas. Antes de largar osso, quer dizer, o governo do estado, ele inaugurou obras sem conclusão e fez discursos, mesmo negando que fosse campanha antecipada. Mais um caso clássico de roto falando do mal passado, ou seja, pt falando mal do psdb e vice-versa. Será que eles não se cansam de tanta falsidade de pensamentos? Por que não admitem logo que são as duas faces de uma mesma moeda? Tentam de tantas formas se mostrarem diferentes que acabam sendo exatamente o mesmo. E seja o que for que isso represente, definitivamente não é disso que o país precisa. Honestidade? Isso não existe na política, especialmente em ano eleitoral.
Não que seja a primeira vez que o ex-governador faz coisa parecida. Ao ser eleito prefeito de São Paulo, garantiu em documento reconhecido em cartório que não abandonaria a prefeitura para concorrer ao estado. Abandonou. Agora abandona o estado para concorrer à presidência da república. Ao que parece, ele enxerga a política como uma escada, em que cada vez se pode ir mais alto. Com esse tipo de pensamento, o que fazer depois da presidência? E se for eleito pretende administrar o país como se administra uma união de estudantes, assim como o Lula administrou o país como se administrasse um sindicato?
Nos últimos dezesseis anos o país tem sido desgovernado por esses dois partidos. Fizeram de tudo um pouco para que o objetivo final fosse alcançado: a permanência no poder. Como eu já disse antes, nenhum partido político brasileiro tem projetos para o desenvolvimento do país, apenas os seus projetos político-partidários de chegar ao poder e se manter por lá o máximo possível. Não fizeram nesse tempo todo o que o país precisava: as reformas políticas, eleitorais, judiciária e outras tantas que são tanto necessárias para a administração de um país como o ar para o ser humano viver. Mas reformas sempre colocam em risco os projetos de poder eterno desses partidos, tanto que uma iniciativa popular de projeto de lei, que propunha que políticos com ficha suja na justiça não pudessem ser candidatos foi demolida no congresso. Já imaginaram políticos corruptos sendo processados e não podendo se esconder atrás da im(p)unidade parlamentar, respondendo a crimes na justiça comum e indo para a cadeia junto com os criminosos pés-de-chinelo brasileiros? Talvez seja melhor evitar... já imaginaram o que ladrões de banco, traficantes e estupradores aprenderiam com políticos? Se tornariam profissionais.
Agora, com as cartas na mesa e os candidatos lançados (pelo menos Dilma, Serra e Marina estão garantidos no páreo), começa a luta ferrenha por votos. Os dois principais partidos a concorrer à presidência da república tentam desesperadamente se manter no jogo, o psdb tentando efetivar a política do café com leite e o pt tentando quebrá-la. Cartas na mesa, os políticos dos dois partidos tentarão se mostrar diferentes apesar de terem mais semelhanças do que diferenças. Basta lembrar que os dois últimos presidentes, Lula e FHC, têm de diferente apenas e tão somente o tempo. FHC fez as mudanças iniciadas no governo Fernando Collor e seguidas por Itamar Franco. Por menos que ele goste, ele colocou o modelo neoliberal para funcionar de verdade no Brasil. Lula não fez por menos, aprendeu que para se eleger e para governar precisava vender a alma ao diabo, ou seja, precisava fazer alianças políticas. Cada vez mais se tornou aquilo que um dia julgou ser o mais sujo que a política brasileira já tinha produzido. Posso dizer que, se um político desse tipo hoje pisar em um monte de estrume, vai ser difícil separar as duas coisas.
Ninguém é santo nessa corrida presidencial. Todos têm seus esqueletos no armário e vai ganhar a eleição quem melhor expor os dos outros e esconder os seus próprios. Novamente veremos insultos, obras inacabadas de parte a parte e um país de contos de fadas criado por cada lado, no qual vivem duendes e fadas, longe da nossa realidade. E no final estarão juntos, derrotados e vencedores, rindo da cara dos bobinhos-da-xuxa que acreditaram que eles eram diferentes e votaram em um ou outro para tentar mudar o país. O povo quer que o país mude para melhor, isso é verdade. Aí os partidos políticos perguntam: "melhor para qual de nós?"
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"Quem não raciocina é fanático, quem não sabe raciocinar é um imbecil e quem não ousa raciocinar é um escravo"
W. Brumon

Sobre o autor!

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Sou apenas um brasileiro, professor de Geografia, crítico da Política e das "politicalhas" que vejo todos os dias por aí. Sou um cara simpático com meus alunos e amigos, totalmente antipático com e que não acredita mais em política, que gosta muito de dar aula, principalmente pela liberdade de expressar minhas opiniões e discutí-las com os alunos. Gosto de viajar, gosto do bom e velho Rock'n'Roll. Gosto muito de Geografia e de estudar os "matos" desse país. Acho mesmo que nasci no país errado: prefiro campo a praia, vinho a cerveja, frio a calor, morenas a loiras, honestidade ao famoso "jeitinho brasileiro". Enfim isso tudo. Quem quiser saber mais pergunte para meus amigos e alunos.

Sobre o Blog!

Olá a todos.


Estamos caminhando por um mundo globalizado que não enxerga diferenças mais do que econômicas, por isso esse é um dos focos dos atuais estudos geográficos. Como amante, seguidor e professor dessa velha matéria, me sinto na responsabilidade de passar as idéias e atualidades desse contexto para os meus alunos e amigos, como quaisquer outros seguidores que vierem.

A visão é de uma pessoa que passou por diversas dificuldades e ainda passa, vivendo na periferia e tentando, a partir dela, criar certa resistência ao processo de desmonte da educação como um todo que acontece hoje no nosso país. Portanto, continuem se sentindo em casa, e não se esqueçam de comentar e dar suas opiniões sobre cada postagem. Como sempre, respondo aos comentários o mais breve possível.



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