Um turbilhão de ideias!

O mundo

Paixão pela Geografia.

Mapa múndi antigo

Mapa do Mundo de I. Evans - 1799.

Globos terrestres

Decorativos e lindos.

Geografia física

Estudar o físico para entender o humano.

Geopolítica

A arte de entender o mundo.

Fim de mais um ano.

Nesse espaço, durante todo o ano, publiquei vários textos de minha autoria discutindo diversos aspectos da sociedade, do Brasil e do mundo. Como dizem meus alunos, "piadas ácidas". Foi o início dessa pequena empreitada, no mês de março, que emprestou corpo às minhas idéias.
Concordo que muitas vezes minha opinião foge do normal da sociedade no geral, o que muito me alegra, tendo em vista a forma como a sociedade brasileira se apresenta na atualidade. Várias vezes deixei clara a minha indignação com o desrespeito e o descaso como atuam os diversos atores da sociedade, de políticos à cidadãos comuns. Mas é nessa época de festas que muitas das desigualdades, tão comuns ao país, vêm à tona. Enquanto pessoas comemoram o fim do ano, muitos não têm o que comemorar. Durante todo o ano passaram fome ou necessidades e agora o apelo visual das festas vêm trazer ainda mais tristeza para pessoas que não podem participar das festividades de "amor, paz e união", simplesmente por não poderem comprar o Natal que se vende atualmente.
"Esse é um momento de felicidade, deixemos a política de lado", dirão alguns. Infelizmente não posso deixar de pensar que por obra de alguns poucos, muitos cidadãos não terão o que comer, o que beber, o que festejar. O Brasil se encaminha para a sua "Idade Média", como diz meu irmão, em que o conhecimento ficará confinado a algumas instituições e pessoas e o fundamentalismo religioso tende a aumentar significativamente. Tudo isso acarreta no atraso do país, na falta de crescimento e aumento da corrupção. Não acredito que essa situação seja digna de uma comemoração. "Mas muitas coisas boas aconteceram", dirão outros. É claro, não posso aqui falar das individualidades, que podem ter sido excelentes. Mas é com o coletivo que me preocupo nessa mensagem.
Se olharmos de verdade para o Brasil veremos um país paralisado, com partidos políticos opositores que não têm um plano para o país, mas um plano de poder. Esses planos incluem estar no poder para retirar o máximo possível de dinheiro do orçamento para os partidos. Para isso existem os cargos comissionados, pessoas contratadas sem concurso, ligados aos partidos e que pagam parte do salário como contribuição partidária. Solução simples de financiamento. E os projetos? Quase nunca são iniciados, e se o são, nunca são concluídos. Afinal, devem servir como instrumento de barganha política com os eleitores. Serão sempre promessas porque promessas são equivalentes a votos, votos equivalem a cargos públicos, cargos públicos a dinheiro. Portanto nós eleitores pagamos para sermos enganados até apróxima eleição, em que as mesmas promessas e acusações serão feitas enquanto eles fingem que o processo é democrático e transparente. E o povo cai como um patinho.
Como vocês já devem ter reparado, essa é uma postagem de desilusão (parafraseando um músico da banda Plebe Rude sobre seu último CD). O Brasil não apresentou nada que me faça comemorar o final desse ano e não mostra perpectivas de melhora para o ano que vem. Por esse motivo me sinto no direito de dizer que acabo mais um ano com vergonha desse país. Não vou fazer uma retrospectiva, não creio que seja necessário. Além do mais, doeria bastante lembrar dos Renans, Lulas e Serras. A única coisa que posso fazer é desejar que os leitores tenham um ano melhor. Como já diria o Chico "Apesar de você (governo), amanhã há de ser outro dia". Espero realmente que isso seja verdade, é o máximo que posso desejar nesse momento da história do Brasil. Termino a ano citando um pensador russo, que explica bem o que acontece com esse atual governo na perspectiva política, e que explica minha desilusão e falta de perspectiva:

"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana"
Mikhail Bakunin, anarquista russo do século XIX.

Boas festas à todos.

Share:

O fim da CPMF e a infantilidade política brasileira.

Nos últimos meses acompanhamos pela mídia grandes discussões sobre a prorrogação ou não da malfadada Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeira, a CPMF. Não há dúvidas de que a CPMF era um imposto diferenciado, uma vez que se cobrava uma porcentagem das movimentações realizadas em bancos ao invés de uma taxa fixa. Nenhum outro imposto cobrado no Brasil (e são muitos!) tinha essa característica.

Mas o que se assistiu não foi exatamente uma disputa ideológica, com a oposição e o governo discutindo a melhor forma de fazer o bem da coletividade brasileira. A discussão ficou como um pano de fundo, enquanto o governo oferecia cargos e liberações de verbas para que aliados e oposicionistas votassem a favor da prorrogação. Já a oposição se fechou em uma concha, se negando a discutir se o fim da CPMF seria um bem para o país e agiu como de praxe, em nome da derrota do governo, não importando as conseqüências desse ato. Tanto assim que governadores tucanos como Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), possíveis candidatos à Presidência da República repudiaram os atos da bancada do próprio partido no Senado Federal, de olho nos R$40 bilhões a menos no orçamento.

Durante as discussões algumas coisas ficaram claras: senadores governistas, principalmente de partidos menores iam à mídia se dizerem “desprestigiados”, o que claramente indicava que queriam mais alguma coisa para votar a favor do governo. Enquanto isso os senadores oposicionistas se articulavam para “dar uma lição” no governo do PT. Não é necessário dizer que as discussões foram políticas e pouco importava se a população seria beneficiada ou não, apenas que lado da infantil divisão política brasileira seria beneficiado.

A CPMF foi derrubada por um número mínimo de votos a menos do que o necessário (apenas quatro), decretando o fim de sua cobrança oficial. Isso não significa que as cobranças embutidas nos produtos e serviços (quem você achava que pagava por essa CPMF?) serão retiradas, o que significa mais lucro para produtores e comerciantes. E o infantil presidente ainda diz que era um imposto justo, apenas porque era cobrada uma pequena porcentagem da movimentação financeira. Esquece-se ele que era um imposto acumulativo, cobrado em cascata e que os mais pobres não tinham como se defender disso, ao contrário dos ricos, que tinham várias possibilidades de isenções, como as dadas às movimentações financeiras realizadas na Bovespa. Isso é só para dar um exemplo.

Toda essa discussão foi realizada com propósitos pessoais. Deputados e senadores governistas se venderam o mais caro que puderam cobrar pela aprovação, enquanto seus colegas da oposição (os que não caíram em tentação, é claro!) mostraram força e união, desde que fosse para o benefício próprio, de alguma forma. Na negociação, todos absolveriam o ex-presidente do Senado, desde que ele renunciasse. Foi feito. Os que negociaram o seu voto receberão seus benefícios, pagos (óbvio!) com o dinheiro do povo. E enquanto o governo chora a perda da arrecadação da CPMF, comemora os recordes de arrecadação em outros impostos. A oposição comemora a sua vitória e a derrota do governo, enquanto o PMDB elege o novo presidente da casa. Nada foi perdido de verdade, apenas a vergonha dos políticos.

E a saúde para a população? Continua exatamente como antes da CPMF, dos governos “democráticos”, da ditadura, de JK, de Getúlio, de Dom Pedro I: a mesma porcaria de sempre!

Share:

Discurso de Paraninfo - 3º Acadêmico.

Sei que foram palavras simples até e nem se comparam ao discurso da Profª Lenilde. Mas gostaria de compartilhar com todos os leitores, pois as palavras proferidas foram para aquela turma do 3º colegial acadêmico mas também fruto das minhas indagações e intenções para com todo o processo educacional, da forma como eu o entendo.

"Primeiramente eu gostaria de agradecer aos mantenedores e à Coordenação Pedagógica do Colégio João Paulo I pela oportunidade de fazer parte dessa família e sendo assim, pela possibilidade de estar aqui hoje.

Gostaria também de agradecer aos alunos do 3º Acadêmico pela honra do convite de estar aqui nessa noite. Saibam vocês que o prazer e o privilégio são meus. Comecei a lecionar nesse colégio apenas nesse ano e por esse motivo jamais esperei ser escolhido paraninfo. Outros professores já estão por lá há muito mais tempo e são muito queridos pelas turmas.

Devo muito do que aprendi no colégio João Paulo I aos profissionais de todas as áreas que lá encontrei. Também devo muito aos alunos, afinal lecionar, na minha visão, nada mais é do que proporcionar uma grande troca de experiências. Mas já que uma tríade de professores da área de humanidades foi escolhida para estar aqui hoje e representar as turmas, creio que grandes discursos são esperados. Não pretendo fazer um grande discurso, apenas deixar uma lição que aprendi nesse ano.

Nas faculdades que fazemos, aprendemos as matérias referentes aos cursos que escolhemos e alguns optam, no final, pela responsabilidade de ensinar aos que estão se iniciando na vida acadêmica e auxiliá-los nesse longo e prazeroso caminho que é o aprender. Como em muitas outras coisas na vida, o idealismo faz parte do aprendizado e muitos saem da faculdade querendo “mudar o mundo”. Mas o que seria “mudar o mundo”? Não ensinam isso na faculdade! É uma utopia, diriam alguns, com certeza um sonho, diriam outros.

Pois foi nesse ano, lecionando nesse colégio, que aprendi o que significa “mudar o mundo”. Apenas porque conheci certa professora de Português e Literatura e em uma das inúmeras conversas que tivemos durante o ano ela me disse (não exatamente com essas palavras): “O mundo do professor são os seus alunos. Cada um deles. Se você conseguir mudar um de seus alunos, você terá mudado o mundo”.

Relembrei-me então do início da minha carreira como professor e de como eu me propunha a mudar o mundo. Sempre achei que os professores deviam permitir que seus alunos sonhassem, alçassem grandes vôos, crescessem cada vez mais. Eles deveriam ser maiores que os seus mestres, pois assim a humanidade poderia continuar caminhando para a evolução das teorias, do pensamento e das ações. Crescer como sociedade, com mais justiça e igualdade. Evoluir.

Senti-me estimulado e propus-me então à dura tarefa de mudar o mundo. Durante esse ano, trabalhamos, viajamos, brincamos, sorrimos e choramos. E nessa que é a última aula do ano, acho que posso dizer que aprendemos muito uns com os outros. Acho também que conseguimos proporcionar a vocês o instrumental necessário para que vocês não lutem contra moinhos de vento ao encarar o mundo.

Parte do meu mundo está se formando aqui hoje. Espero que, ao saírem por aquela porta essa noite, vocês não estejam em um mundo diferente. Que vocês “sejam” um mundo diferente. Teremos então cumprido o nosso papel de mudar o mundo. Mais um ciclo terá terminado na vida de vocês, mas o fim traz consigo um recomeço. Não teremos mais aquela relação de professores e alunos. Seremos vizinhos, amigos, quem sabe até colegas de profissão. Se a vida impuser caminhos difíceis e tortuosos daqui para frente, vocês podem contar conosco.

Por isso, mesmo estando no papel de professor de vocês há tão pouco tempo, me sinto no direito de pedir algo a vocês que é simples, apesar de não parecer: mudem o mundo. Mudem quantos mundos forem necessários para se tornarem melhores como pessoas e como profissionais. E se vocês se tornarem melhores que seus professores, nós entenderemos. E nos sentiremos orgulhosos por ter participado desse processo.

Nesse novo caminho que se inicia vocês conhecerão novos mundos. O horizonte se abrirá e novas possibilidades surgirão. Abracem a vida e trabalhem com amor, com ética, com respeito, com dignidade. Lutem pelos seus ideais, sempre vale a pena. Einstein já dizia: “Os ideais que iluminaram meu caminho, e que inúmeras vezes me deram novo alento para enfrentar com ânimo a vida têm sido a generosidade, a beleza e a verdade.” E esse é o meu desejo: que a felicidade, a generosidade, a beleza e a verdade estejam presentes na vida de vocês sempre.

Felicidades a todos e muito obrigado."

Share:

Pense!

"Quem não raciocina é fanático, quem não sabe raciocinar é um imbecil e quem não ousa raciocinar é um escravo"
W. Brumon

Sobre o autor!

Minha foto
Sou apenas um brasileiro, professor de Geografia, crítico da Política e das "politicalhas" que vejo todos os dias por aí. Sou um cara simpático com meus alunos e amigos, totalmente antipático com e que não acredita mais em política, que gosta muito de dar aula, principalmente pela liberdade de expressar minhas opiniões e discutí-las com os alunos. Gosto de viajar, gosto do bom e velho Rock'n'Roll. Gosto muito de Geografia e de estudar os "matos" desse país. Acho mesmo que nasci no país errado: prefiro campo a praia, vinho a cerveja, frio a calor, morenas a loiras, honestidade ao famoso "jeitinho brasileiro". Enfim isso tudo. Quem quiser saber mais pergunte para meus amigos e alunos.

Sobre o Blog!

Olá a todos.


Estamos caminhando por um mundo globalizado que não enxerga diferenças mais do que econômicas, por isso esse é um dos focos dos atuais estudos geográficos. Como amante, seguidor e professor dessa velha matéria, me sinto na responsabilidade de passar as idéias e atualidades desse contexto para os meus alunos e amigos, como quaisquer outros seguidores que vierem.

A visão é de uma pessoa que passou por diversas dificuldades e ainda passa, vivendo na periferia e tentando, a partir dela, criar certa resistência ao processo de desmonte da educação como um todo que acontece hoje no nosso país. Portanto, continuem se sentindo em casa, e não se esqueçam de comentar e dar suas opiniões sobre cada postagem. Como sempre, respondo aos comentários o mais breve possível.



Visualizações!

Seguidores!

Marcadores!

"Cansei" "relaxa e goza" 11 de setembro ações afirmativas adulteração água álcool.cana de açucar. Alemanha alunos Amazônia América Latina analfabetismo funcional analfabeto ano novo; feriado; simpatia; carnaval ANS aposentadoria invasores ilegais Aquecimento global arrastão assassinato atropelamento aumento aviaçao bacamarteiros Baco Bahia balança comercial Belém bobagens Bolívia bolsa família bombas atômicas Brasil Brasília Brecht buracos burrice. Battisti campanha eleitoral capitalismo carnaval cartel Cartões corporativos cassação Chile China chuvas ciclone ciclos ciência geográfica cinema clima Cocanha Código de trânsito código florestal Colômbia Comemoração comércio exterior Conflito consequências Constituição Brasileira conto de fadas controle de tráfego aéreo Copa do Mundo COPOM Coréia do Norte corredor Diadema-Brooklin corrupção costumes cotas CPMF crescimento crime crimes crise CSLL CSS Cuba cultura Cunha LIma Custos CVRD Declaração Universal dos Direitos Humanos degradação demissões democracia democratas dengue deputado Desastre aéreo descaso descaso com o dinheiro público desemprego desigualdades desmatamento desvios de verbas devastação Dilma ditador ditadura Documentário Eça de Queiroz economia Educação eleições Eloá embargo Embraer emprego EMTU enchente enem energia Equador erupção escândalos escolas esmola espaço esporte estradas estudantes etanol EUA eventos extremos extradição FARC farpas faxina férias festas festas juninas Feudo Fidel Castro Fim de ano finanças fraternidade funk Furacão Katrina futebol futuro fuvest gás geografia Geórgia gigante globo golpe de estado governo grampos grau de investimento greve greve na usp guerra Guerra Fria história Holocausto Hugo Chávez humanidade humor ideologias ignorante igualdade igualdade racial Ilha das Flores imbecil impostos imprensa inclusão social Inclusp incompetência independência indústria infantilidade infra-estrutura inocentes INPE INSS Internet invasão investigações IOF IPCC Irã islândia Israel Ítalo Calvino Jabor jornalismo José Dirceu julgamento Justiça ladrão Lei seca Lei trabalhista leis Leite liberdade lixo Lua Lula luto ma Maio de 68 manipulação marcas marionetes Marketing Marta Suplicy Mato Grosso do Sul meio ambiente mercados Mianmar micareta ministérios morte movimento estudantil MST muçulmanos mudanças Muro de Berlim música Natal natureza números OAB Obama ocupação da reitoria OIT olhar Olimpíadas ONU Operação Furacão operação tapa buracos oportunistas Oriente Médio Osama Bin Laden país Palestina Pan-americano Panamá panis et circensis Papai Noel Paraguai partidos Pátria Paulo Autran pesquisa petróleo planeta Plano Real planos de saúde plástico pmdb PMs poema polícia federal polícia militar polític política políticos poluição preconceito Presidência pressa produtos orgânicos promessas não cumpridas protestos PSDB PT ratos RCTV recapeamento record Reestatização reféns reflexões Renan renúncia republicanos resistência respeito retrospectiva revolução Ribeirão Preto Rio de Janeiro roubo Rússia salário mínimo Samba do Crioulo Doido Santa Catarina Santo André São Paulo Satiagraha saúde secas segurança Selic senado federal seppir sequestro Simón Bolívar sindicatos sistema de saúde sistema educacional socialismo sociedade sociedade civil soda cáustica sorte Stanislaw STF TAM Taxa de Juros terremoto terrorismo Tibete tortura tragédia trânsito Transparência Brasil travestis Tropa de Elite TSE Turismo UFSC Usina Hidrelétrica de Belo Monte USP Vale vandalismo Venezuela verdades vergonha vermes vestibular vida vulcão Wolrd Trade Center

Translate

Recent Comments

Blogger templates

Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.