Um turbilhão de ideias!

O mundo

Paixão pela Geografia.

Mapa múndi antigo

Mapa do Mundo de I. Evans - 1799.

Globos terrestres

Decorativos e lindos.

Geografia física

Estudar o físico para entender o humano.

Geopolítica

A arte de entender o mundo.

A política passa-se nas ruas!

Em Maio de 1968, ocorria na França um dos maiores movimentos populares da história. Era um protesto contra a arcaica e conservadora sociedade francesa e visava, entre outras coisas, repensar o modelo educacional vigente, aumentar as liberdades civis, ampliar os direitos das minorias e promover igualdade entre homens, mulheres, brancos, negros, heterossexuais e homossexuais. Inicia-se com ocupações e barricadas, em protesto contra o fechamento da universidade de Sorbonne. No dia 10 de maio, ocorre a Noite das Barricadas, em que 20 mil estudantes enfrentam a polícia. Três dias depois, ocorre a unificação do movimento estudantil com o operário e no dia 20 toda Paris pára com as greves. Mesmo depois de o governo e a polícia retomarem o controle as manifestações desse acontecimento ficaram presentes na sociedade francesa e ressoaram pelo mundo. Na Europa, as revoltas estudantis, ocupações de universidades, greves de trabalhadores e confrontos com a polícia ocorrem na Espanha, Itália, Iugoslávia, Polônia, Bélgica, Alemanha e Inglaterra. Nas Américas, Brasil, EUA, Argentina, Uruguai, Venezuela, Colômbia e México também tiveram movimentos inspirados no Maio de 68 francês. Universidades invadidas por estudantes e pelo exército, confrontos e mortes. Entre os acontecimentos mais importantes dessa época, ficou a morte do pastor Martin Luther King Jr., que lutava pela igualdade entre brancos e negros nos EUA, e no Brasil, a invasão da Universidade de Brasília, o confronto entre estudantes das Universidades de São Paulo e Mackenzie por diferenças ideológicas e a prisão de mais de 1200 estudantes em Ibiúna quando realizavam o 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes.
Até hoje muitos movimentos e organizações inspiram-se naquela Maio de 68, sem dúvida parte importante da história dos movimentos sociais no mundo. Os movimentos estudantis que se organizam até hoje com base nas idéias e ações daqueles jovens franceses poderiam aproveitar a data histórica e rever com carinho os conceitos, os ideais e as ações realizadas, para não correr o risco de serem vistos como desorganizados, ineficazes e displicentes. Não basta a inspiração e as discussões infindáveis. Sem as ações, Maio de 68 seria apenas mais um mês de um ano qualquer. Mas agir em prol da massa não é característica da maioria que adentra o mundo acadêmico hoje, nem seu objetivo. A política e seu poder, esse é o fim que justifica os meios. Afinal de contas sentar em uma mesa de plástico na faculdade e tomar cerveja enquanto discute a sede dos outros é muito fácil. Difícil mesmo é agir! Como diriam os revolucionários de 68, em Paris: "A revolução deve ser feitas nos homens, antes de ser feita nas coisas." E eu ainda concordo com eles!
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Eventos extremos!

Tenho acompanhado com preocupação a cobertura pseudo-jornalística que vem sendo dada a alguns eventos extremos que estão acontecendo no planeta. Obviamente é complicado para certos jornalistas tratar de assuntos complexos dos quais eles não entendem, como terremotos e ciclones. Mas colocam tudo em um mesmo saco, como se todos os fenômenos tivessem apenas um agente causador (normalmente o ser humano). Uma reportagem do semanal Fantástico (18/05/08), da rede Globo, perguntou: "Por que a natureza está vivendo dias de fúria?", como se estivesse falando de uma mulher que se descontrola por causa dos seus hormônios na menstruação. Fiz questão de assistir à reportagem e fiquei abismado com a colocação do repórter que perguntava se a natureza estava castigando os seres humanos pelos seus atos, como se a natureza fosse um ser vivente, que pensa e reage a ofensas.
As coberturas jornalísticas, como qualquer conversa de botequim, terão sempre um ponto de vista que será defendido, o que é normal. O que tem de existir é um pouco mais de respeito àqueles que não são como o Hommer Simpson, como gosta de afirmar William Bonner, apresentador do Jornal Nacional. Claro que somos a minoria, mas pensar que fenômenos climáticos, biológicos e geológicos estão interligados apenas porque aconteceram em datas próximas é uma simplificação exagerada até mesmo para o parco padrão jornalístico que existe no Brasil hoje (salvo raríssimas excessões). Como não gosto de criticar sem propor nada de concreto, proponho que essa classe de trabalhadores melhore um pouco seus conhecimentos sobre o funcionamento de certos mecanismos da Terra estudando a teoria de Gaia, de James Lovelock. Tenho certeza, será uma contribuição fundamental no trabalho desses profissionais e no respeito que deve ser mantido para com os telespectadores. E afirmar que a raça humana é a culpada por todas as transformações que estão ocorrendo no planeta, especialmente as climáticas, é no mínimo uma leviandade. Poderia ser aberto aí um canal de discussões, colocando frente a frente pessoas que acreditam e que não acreditam no aquecimento global antropogênico. Isso seria aceitável. Mas o que se faz é ver a versão que mais venderá a notícia e colocá-la no ar. Afinal, discutir democraticamente nunca foi uma das carcterísticas mais marcantes do Brasil, muito menos do seu jornalismo.
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Uma tragédia humana!

No início desse mês o Ciclone Nargis atingiu Mianmar, um dos países mais atrasados do mundo de hoje. Como diria meu professor de Sistemas e Processos Costeiros, esse tipo de coisa sempre aconteceu na natureza e sempre acontecerá. Só que quando pega gente pelo caminho vira uma grande tragédia. O regime autoritário de Mianmar, controlado por uma junta militar, faz de tudo para agarrar-se ao poder e jamais soltá-lo. Controlam o país, seus habitantes, os meios de comunicação, enfim, nada acontece naquele país que não seja autorizado pelo governo.
O problema é que ao ser atingido por esse ciclone, Mianmar se viu em uma posição um tanto complexa: permitir que a comunidade internacional ajudasse os necessitados ou manter o isolamento em que o país vive? Por boa parte do mês a decisão foi negar o acesso aos voluntários e organizações internacionais que tentavam ajudar a pobre população daquele país. Como resultado dessa opção que o governo fez, hoje Mianmar tem aproximadamente 134 mil mortos ou desaparecidos e 2,4 milhões de desabrigados. A ONU calcula que a ajuda humanitária, permitida na metade do mês, não chega aos necessitados porque o governo não quer que a população veja que países críticos ao regime ditatorial estão ajudando nessa hora de necessidade. Como se os necessitados se preocupassem com a fonte da água ou da comida que lhe mantém a vida.
Depois de esconder alimentos, não distribuir doações de países dos quais não gostam, de impedir a ajuda humanitária de agir no país, o governo está começando a ceder. Nesta quinta-feira permitiu a entrada de funcionários da ONU enviados para auxiliar os cidadãos. Mas não deixa de ser uma vergonha para toda a humanidade o que eles fizeram. Não só por ser um governo de ditadores, mas por serem ditadores imbecis, que preferem ver a população de seu país morrendo a receber ajuda de países que os criticam politicamente. Nessas horas, vale lembrar, a humanidade é mais importante. Pelo menos deveria ser. Deixem a política de lado, ajudem a quem puderem e quando a ajuda internacional não for mais necessária, voltem às divergências se quiserem. Será tão difícil assim? Pode-se concluir então que a passagem do ciclone, como tragédia, não poderia ter sido evitada, mas com certeza o número de vítimas seria muito menor. A tragédia maior nessa história é o que o governo de Mianmar fez com suas vítimas. Aliás, vergonha mesmo é esse governo existir.
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Comemorações!

No dia 08/05/2008 fez 60 anos que o Estado de Israel foi fundado. Milhares de pessoas foram às ruas do país e em várias partes do mundo para comemorar a data, a mais importante do país. O churrasco e a queima de fogos já são tradicionais, enquanto um povo orgulhoso de suas conquistas as demonstra abertamente.
Quando entrevistados, os Israelenses sempre dizem as mesmas coisas, que o país está evoluindo, se tornando mais seguro e que falta apenas uma coisa: paz. Isso é óbvio, não é nenhuma novidade que a região é um barril de pólvora (ou de petróleo, como queiram, explode do mesmo jeito). Não preciso ficar aqui falando de como esse país se constituiu, apenas que há muitos erros no processo. Israel é hoje quase duas vezes maior do que quando foi constituído pela ONU como forma de compensar os judeus pelo Holocausto. Também é verdade que o prometido Estado da Palestina nunca saiu do papel, sendo as suas terras tomadas pelos judeus. Na faixa de Gaza e na Cisjordânia há assentamentos israelenses para ocupar áreas de melhor qualidade ou que tenham mais água. Esse item, aliás já escasso, é predominantemente utilizado pela população israelense. Não há e não haverá paz nessa região enquanto as promessas feitas não forem cumpridas, enquanto os Palestinos lutarem com pedras contra tanques de guerra, enquanto terrorismo for combatido com terrorismo, enquanto Israelenses desejarem a paz somente da forma como eles a entendem: só eles têm direitos, os Palestinos que abram mão de tudo que têm ou tiveram um dia. Quando uma dessas culturas desaparecer em meio a um mar de sangue e ódio, talvez o mundo presencie um pouco de paz em Israel e nos territórios Palestinos. E viva as religiões que pregam a guerra e o genocídio!
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Grau de investimento. E eu com isso?

A agência de classificação de risco internacional Standart & Poor's acaba de reclassificar o Brasil como país com grau de investimento. Na prática, o que isso significa? Significa que a política econômica estável aumenta a credibilidade do Brasil, aumentando consequentemente as perspectivas para investimento internacional direto no país.
Para que isso acontecesse contribuíram a estabilidade política do país, a diminuição da dívida externa e o cumprimento de metas econômicas. E pode-se dizer que a estabilidade econômica tem muito a ver com a não ingerência do governo no Banco Central. Ou seja, quanto menos os políticos se metem na economia do país, melhor ela fica. Mas as notícias não são apenas boas.
Quando aumentou a classificação do Brasil, a mesma agência deu algumas dicas para que o país continue no caminho certo. Nada de novo, apenas uma sequência necessária para que o país cresça ainda mais: diminuir gastos públicos é essencial, algo que não anda ocorrendo, muito pelo contrário. A taxa de juros continua sendo a mais alta do planeta e ela precisa abaixar. Outro fato é que a infra-estrutura brasileira está estagnada e é insuficiente, o que diminui os investimentos externos e o crescimento econômico. Parece que a lição de casa foi feita, mas não toda.
Deve-se considerar também que o aumento de divisas estrangeiras no país tende a desvalorizar ainda mais o Dólar perante o Real, prejudicando os exportadores. Estes já começaram a reclamar, mas não estão lembrando de um fato essencial: o Brasil ainda é muito atrativo para o capital especulativo, afinal a taxa de juros reais do país ainda é a mais alta do mundo, portanto muito lucrativa. O valor do Dólar vai depender não só da quantidade de dinheiro que estrará no país daqui para frente, mas também para que ele entra. Investimento direto e capital especulativo são bastante diferentes.
Quem se favorece desse cenário são as grandes transnacionais que podem fazer investimentos considerados mais seguros, uma vez que o mercado estadunidense não é muito atrativo no momento. As economias emergentes como o Brasil são uma boa alternativa e o país pode se beneficiar disso. O governo só não pode esquecer duas coisas: a primeira é que não se deve tirar benefício eleitoral desse fato, afinal a política economica do PT é, na verdade, Tucana. A segunda é que esses investimentos sendo feitos nos lugares certos, podem levar o país a um patamar nunca alcançado: o de potência econômica mundial. Afinal temos matéria-prima, mão de obra barata, indústrias de última geração, enfim, temos toda a condição de crescer e chegar perto daquele "país do futuro" tão propagado há décadas. Mas o governo federal têm de entender que isso leva um tempo maior do que dois mandatos. E aumentar o número de mandatos do Lula, além de não ser nada democrático, não resolve o problema. A estabilidade se conquista pela persistência na idéia de fazer o melhor para o povo, independente do nome que esteja na presidência, usando da melhora econômica para distribuir melhor a renda. Só assim essa nova classificação ajudará de verdade o povo brasileiro.
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Pense!

"Quem não raciocina é fanático, quem não sabe raciocinar é um imbecil e quem não ousa raciocinar é um escravo"
W. Brumon

Sobre o autor!

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Sou apenas um brasileiro, professor de Geografia, crítico da Política e das "politicalhas" que vejo todos os dias por aí. Sou um cara simpático com meus alunos e amigos, totalmente antipático com e que não acredita mais em política, que gosta muito de dar aula, principalmente pela liberdade de expressar minhas opiniões e discutí-las com os alunos. Gosto de viajar, gosto do bom e velho Rock'n'Roll. Gosto muito de Geografia e de estudar os "matos" desse país. Acho mesmo que nasci no país errado: prefiro campo a praia, vinho a cerveja, frio a calor, morenas a loiras, honestidade ao famoso "jeitinho brasileiro". Enfim isso tudo. Quem quiser saber mais pergunte para meus amigos e alunos.

Sobre o Blog!

Olá a todos.


Estamos caminhando por um mundo globalizado que não enxerga diferenças mais do que econômicas, por isso esse é um dos focos dos atuais estudos geográficos. Como amante, seguidor e professor dessa velha matéria, me sinto na responsabilidade de passar as idéias e atualidades desse contexto para os meus alunos e amigos, como quaisquer outros seguidores que vierem.

A visão é de uma pessoa que passou por diversas dificuldades e ainda passa, vivendo na periferia e tentando, a partir dela, criar certa resistência ao processo de desmonte da educação como um todo que acontece hoje no nosso país. Portanto, continuem se sentindo em casa, e não se esqueçam de comentar e dar suas opiniões sobre cada postagem. Como sempre, respondo aos comentários o mais breve possível.



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