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Assassinato, jornalismo e picuinhas.

No último mês todos os grandes meios de comunicação acompanharam de perto o caso do assassinato de Isabella Nardoni, em São Paulo. Não há mais muito a falar sobre o caso, a polícia acabará por prender novamente os acusados. Muitos são os sentimentos envolvidos nessa investigação e vários deles acabam por mexer com toda a opinião pública, de várias formas. Muitas também são as repercussões que tal caso trouxe, sendo assunto de discussões na TV, rádio e nas ruas como um todo. Mas uma dessas discussões me chamou a atenção em particular.
No dia 20/04/2008, domingo, o programa Fantástico da rede Globo exibiu uma entrevista com os acusados de assassinato, o pai e a madrasta da criança. Foi uma longa entrevista, bastante comentada por pessoas comuns e especialistas. No dia seguinte, o jornalista Britto Júnior, da rede Record, em seu programa matinal Hoje em Dia, acusou o repórter global Valmir Salaro de fazer uma entrevista combinada com os advogados do casal.
Em outras oportunidades a rede Record já havia feito reportagens se valendo da estratégia de criticar algo da sua principal concorrente. Mas dessa vez parece que o golpe dado pela Globo doeu um pouco mais e o pseudo-jornalismo veio à tona. Nem mesmo os telespectadores do programa da Record concordaram com o apresentador, ao entenderem que a estratégia era desqualificar a entrevista por não terem conseguido a mesma coisa. Pura inveja dos 42 pontos no IBOPE pelo programa global. Pelo que ficou demonstrado os jornalistas agora irão defender a Record e seus preceitos à qualquer custo. Muito ruim para profissionais que acreditaram na imparcialidade da emissora e trocaram outras por ela, assim como para os telespectadores.
Tenho reparado que o jornalismo da Record tem caído de qualidade, especialmente quando tem algo relacionado à seus concorrentes. Há mesmo acusações de uso de imagens da rival sem dar os devidos créditos, o que é bastante grave. A qualidade caiu por motivo simples: a rede Record foi reestruturada para competir com a Globo, de maneira parcial e apaixonadamente contrária. Agora a estrutura construída passa a ser usada para destruir a sua concorrente, atuando de qualquer forma. Não acredito que consiga, a Globo tem "amigos" demais na política, gente que com certeza tem rabo preso com ela.
É uma pena. A competição entre as duas poderia levar a uma concorrência natural e ao aumento no nível da qualidade das produções, elevando a qualidade da TV aberta no Brasil. Isso se as duas conseguissem realizar a disputa de forma civilizada. Nisso eu também não acredito.
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Juros e reclamações altos!

Neste mês o Banco Central do Brasil aumentou as taxas básicas de juros, conhecida como Taxa Selic. Já não se fazia isso há mais de dois anos e isso teve várias repercussões. O governo federal fez questão de dizer que era contra (o PT até divulgou nota no site oficial repudiando o aumento), os industriais são contra pois isso diminui o consumo e freia o desenvolvimento do país, diminuindo sua capacidade de competir no exterior.
Tudo isso não é mentira, aumentar a taxa de juros dificulta o acesso aos financiamentos, importantíssimos hoje na ampliação das vendas de carros e imóveis no geral, assim como de todos os outros bens duráveis e não duráveis. Então porque o aumento?
Na ata, o Comitê de Política Monetária diz que o aumento visa diminuir o impulso do consumidor, o que levaria a um risco de aumento da inflação. Também foi levado em conta o aumento dos preços das commodities, matérias-primas essenciais ao mercado externo.
Quem viveu a época da inflação não tem nenhuma saudade dela, tanto mais corrosiva do salário quanto menores eram os vencimentos. Mas outras repercussões também são esperadas. Os sindicalistas, comerciantes e industriais esperam que haja menor investimento na produção, o que geraria uma queda no crescimento econômico previsto. Da mesma forma, o comércio terá mais dificuldade de vender seus produtos, o que significa maior número de desempregados. Menos empregados significa menos compras, menos dinheiro circulando. Bom para o Banco Central, pois a inflação estará controlada. Mas nada bom para os trabalhadores. E é exatamente essa espiral descendente que se quer evitar.
O assunto Taxa de Juros é tão sério que nos EUA a crise econômica chegou a um ponto em que o governo tenta estimular o consumo devolvendo dinheiro do Imposto de Renda aos contribuintes. Essa crise é agravada, adivinhem, pela falta de consumo. Tão contraditória essa vida. Tudo que os EUA querem é que seus habitantes consumam mais para aquecer a economia e evitar uma crise. Para isso as taxas de juros são mantidas bem baixas, para facilitar o acesso a financiamentos. Enquanto isso no Brasil desestimulamos a economia aumentando juros e dificultando a vida das pessoas para que a inflação não suba. Não sou economista, mas acredito que deva haver uma fórmula que possibilite um país crescer economicamente, com inflação controlada e com consumidores satisfeitos. Digo isso por que vemos esse cenário em outros países e nunca no nosso. Afinal de contas onde será que está o erro? Na economia não acredito, afinal estamos constantemente entre as 15 maiores economias do mundo, já há muito tempo. Parece que sou obrigado a cair novamente no contexto politico, em que os gastos dos governos em todos os níveis me parecem tão responsáveis pela alta da inflação quanto a conjuntura internacional ou o consumo interno. Gastos públicos têm subido vertiginosamente e, como já foi notado na crise dos cartões corporativos e nas viagens de governadores pela exterior, não são usados exatamente onde deviam. Depois reclamam que a taxa de juros no Brasil é a mais alta do mundo. Eu me preocupo mais com os gastos efetivos do que com as expectativas futuras. Se esses gastos equivocados não diminuírem, dificilmente melhoras virão. Ainda mais tendo no governo federal um presidente que não pode se reeleger tendo que usar a máquina pública para fazer seu sucessor (promessa do presidente), de um partido que nunca tinha estado no poder antes. É como diz o ditado popular: "gato que nunca comeu melado, quando come se lambuza". Se lambuzou... e não vai parar por aí.
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Mais saúde, menos política!

Ontem, dia 10 de Abril de 2008, foi confirmada a 80ª morte no estado do Rio de Janeiro por dengue. Os dados incluem também o número oficial da Secretarial Estadual da Saúde para casos confirmados: já passam de 75.000 só nos quatro primeiros meses desse ano, contrastando com os 65.500 em todo o ano passado.

Para as pessoas que acompanham diariamente a situação do país, nehuma novidade. A epidemia de dengue apenas demonstra como a saúde pública no Brasil está preparada (?) para lidar com situações limites, como essa. Não existem hospitais preparados, os postos médicos fecham durante a noite mesmo quando necessários e não há médicos para atender nos ambulatórios. A ajuda das forças armadas é necessária e bem-vinda. Mas não tinha necessidade da troca de gentilezas, do tipo "Se nos chamarem iremos". Precisa de convite para salvar vidas? Creio que a saúde da população é mais importante, ou pelo menos deveria.

No começo do ano, enquanto pessoas morriam a secretaria de saúde discutia se o caso era de epidemia ou não. O problema era o nome! Típico problema político: "Será que dá pra pedir uma verbinha extra pro Lula?" Depois disso, quando a epidemia não podia mais ser negada, veio a fase da definição de quem é a culpa. Governos federal e municipal ficaram trocando farpas, a população morrendo e a sociedade pagando. Nesse momento, alguns veículos de informação começam a dizer que a epidemia está perdendo força. Será coincidência que pegando médicos emprestados de outros estados, aplicando dinheiro no tratamento e principalmente na prevenção a doença começa a ser vencida? Não acredito!

Vejo mais uma vez que os interesses e desinteresses políticos ficaram à frente do problema: rivais nas urnas, Democratas e Partido dos Trabalhadores (sic!) demonstraram que importa mais o problema do adversário do que a solução para os contribuintes. O governo federal nitidamente fez corpo mole para o problema, vendo os benefícios eleitoreiros de tal mancha na administração dos Democratas. Sem muita saída, estes resolveram abrir a "Caixa de Pandora" e mostrar a situação dos hospitais federais no Rio. Como se o erro de um justificasse o erro do outro.

Depois de tanta troca de acusações, formações de gabinetes, montagem de equipes médicas de fora do estado e hospitais de campanha, a dengue vai acabar cedendo, afinal, é ano eleitoral, O PT já conseguiu prejudicar a cidade do Rio de Janeiro, os Democratas já conseguiram dar o troco, não sei se à altura. E vão para as eleições como adversários, pelo menos até o segundo turno. Se necessário for, virarão amigos de infância. Enquanto isso, morrerão mais pessoas. De dengue, de febre amarela, de excesso de chumbo no corpo, de fome. Mas isso não importa, desde que sobre uma quantidade de eleitores saudáveis o suficiente para votar. Os problemas? Continuarão. As soluções? Só nas próximas eleições. Por essas e outras que continuo com vergonha de ser brasileiro, caros leitores. Infelizmente.
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"Há poucas flores na Ilha das Flores"

Na minha tentativa de ajudar no desenvolvimento intelectual dos meus alunos, pedi a eles que assistissem ao documentário "Ilha das Flores", de Jorge Furtado (1989) e escrevessem uma redação com o tema "Ironia", relacionando-os. Abaixo está transcrita uma dessas redações (o título é o original da autora).

O filme Ilha das Flores é um documentário que conta de um modo bem divertido, irônico e até às vezes medonho, a mecânica da sociedade de consumo. Como se gera dinheiro e riquezas entre as pessoas e como isso pode causar um grande impacto para a sociedade, atrapalhando e dificultando a vida das classes menos favorecidas.
Muitos dos tons usados pelo filme se contradizem com as imagens, gerando uma certa ironia e desprezo e uma quebra de expectativa de quem estiver assistindo-o. Ele pode ser considerado um filme engraçado e sem sentido, mas o diretor usa esse modo de expô-lo para que no final haja um certo choque no telespectador pelo fato dele soltar toda a horrível realidade em que nós vivemos, de uma vez só.
A história toda gira em torno do tomate, colhido nas plantações do senhor Suzuki, que tem relação com diversos personagens. Tanto ele sendo colhido na plantação quanto estragado e indo para o lixo, vai compondo um refrão repetido, que é o mais usado pelo filme.
Uma das primeiras ironias que aparece de cara no filme é a frase "Deus não existe". Eles querem expressar com essa frase o exemplo de que se existisse Deus no mundo, nada do que é abordado no filme como a fome e a pobreza existiria.
Outro exemplo de ironia evidente no filme é quando se fala que o ser humano possui um telecéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor que permite realizar melhorias no planeta como plantar tomates, enquanto a imagem mostrada é a da explosão de uma bomba atômica.
Um outro exemplo abordado é quando o filme mostra a alimentação de porcos e pessoas de Porto Alegre com os restos jogados no lixo por outras pessoas. Eles tiram o que é "bom" para a alimentação dos porcos, e aquilo que foi considerado impróprio para os porcos é dado para a alimentação de mulheres e crianças, pelo fato de eles não terem dinheiro e nem dono.
Literalmente é disso que o filme trata: da inversão de papéis a ponto de seres humanos serem tratados como animais e ficarem abaixo dos porcos na hora da escolha de alimentos e da grande desigualdade que existe no mundo, ocasionando na fome e morte de milhares de pessoas que por falta de dinheiro e recursos não podem "participar" da sociedade em que nós, seres humanos, vivemos.

Cláudia A. Euquime, autora do texto, é aluna de 3º colegial do Colégio João Paulo I. Escreveu essa redação por solicitação do seu (chato) professor de Geografia, ou seja, eu. Segunda vez em um ano que consigo publicar textos de alunos por aqui. Valeu, Claudinha!!!
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Pense!

"Quem não raciocina é fanático, quem não sabe raciocinar é um imbecil e quem não ousa raciocinar é um escravo"
W. Brumon

Sobre o autor!

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Sou apenas um brasileiro, professor de Geografia, crítico da Política e das "politicalhas" que vejo todos os dias por aí. Sou um cara simpático com meus alunos e amigos, totalmente antipático com e que não acredita mais em política, que gosta muito de dar aula, principalmente pela liberdade de expressar minhas opiniões e discutí-las com os alunos. Gosto de viajar, gosto do bom e velho Rock'n'Roll. Gosto muito de Geografia e de estudar os "matos" desse país. Acho mesmo que nasci no país errado: prefiro campo a praia, vinho a cerveja, frio a calor, morenas a loiras, honestidade ao famoso "jeitinho brasileiro". Enfim isso tudo. Quem quiser saber mais pergunte para meus amigos e alunos.

Sobre o Blog!

Olá a todos.


Estamos caminhando por um mundo globalizado que não enxerga diferenças mais do que econômicas, por isso esse é um dos focos dos atuais estudos geográficos. Como amante, seguidor e professor dessa velha matéria, me sinto na responsabilidade de passar as idéias e atualidades desse contexto para os meus alunos e amigos, como quaisquer outros seguidores que vierem.

A visão é de uma pessoa que passou por diversas dificuldades e ainda passa, vivendo na periferia e tentando, a partir dela, criar certa resistência ao processo de desmonte da educação como um todo que acontece hoje no nosso país. Portanto, continuem se sentindo em casa, e não se esqueçam de comentar e dar suas opiniões sobre cada postagem. Como sempre, respondo aos comentários o mais breve possível.



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