As empresas contratadas, ao que parece, não têm nenhuma responsabilidade pelo serviço prestado quando ele acaba. Por que não é possível que elas sejam tão incompetentes. Em uma economia capitalista, a empresa não sobrevive sem qualidade, e o que se vê são buracos que se abrem em ruas recém-asfaltadas ou que se abrem novamente em remendos recém-inaugurados. Ainda vou entender a lógica de pagar por um serviço que não tem garantias, se paga e acabou. Quando o buraco abrir de novo, se paga outra vez e acabou de novo.
E a culpa é das chuvas. Coitadas das chuvas. Em boa parte do “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”, chove copiosamente pelo menos seis meses por ano (quando não chove mais). Mas é querer demais que os administradores públicos saibam disso, não é mesmo? Vou então fazer aquilo que o ensino médio público não quis que eu aprendesse: conexões. Os financiamentos de campanha no Brasil passam de escusos para vergonhosos num piscar de olhos. Empresas que financiam campanhas ganham concorrências para prestar serviços públicos e resolver problemas que nunca são corrigidos de verdade.
É por isso, por exemplo, que existe a indústria do remendo, que remenda a rua para que o buraco se abra na próxima chuva, ou até antes. E mesmo com todo esse “investimento”, tudo o que se vê nas ruas são os remendos, correções de buracos, buracos e mais buracos, problemas nunca resolvidos.
Por isso eu disse no começo que fazemos rally quando saímos de casa. Enquanto houver a falta de respeito pelo cidadão, enquanto o cidadão não se fizer respeitar e enquanto houver indústrias especializadas em roubar dinheiro público (nosso, reitero), isso não vai mudar. Para resolver o meu problema pelo menos, acho que vou seguir o conselho de um grande amigo meu: vou comprar um jipe!