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O TSE e o ano eleitoral.

"Você que votou em quem venceu as eleições de 2006, presidente, senadores, governadores, deputados federal e estadual, está satisfeito? Está de olho neles? Você é o responsável pelo país que somos. O Brasil é tão bom quanto o voto que você colocou na urna. O candidato que você elegeu é você lá. Olho nele."

Assim começa mais um ano eleitoral, com a campanha Olho Nele, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É bem verdade que as propagandas já circulavam no final do ano passado, mas agora se tornam mais significativas. Interessante notar o jogo de palavras utilizado, com frases cuidadosamente montadas para manipular as pessoas, passando uma visão irreal das coisas. Podem até dizer que sou louco, que é coisa da minha cabeça. Mas analisemos a frase: ela começa com "você que votou em quem venceu as eleições..." Será mesmo que só quem votou nos vencedores tem o direito a participar das discussões políticas com os eleitos? Ao que parece, para o TSE, a resposta é sim.

Intrigas a parte, o que o TSE afirma é que apenas quem votou nos eleitos pode cobrar alguma coisa desses políticos. Assim, aqueles que não votaram ficam isentos da responsabilidade, o que parece bastante tentador para grande parte do povo. O TSE continua perguntando se o eleitor está satisfeito, se está de olho nos candidatos. No entanto, a grande maioria da população não tem acesso a meios reais de cobrança em caso de insatisfação, uma vez que os políticos só descem dos seus pedestais quando há novas eleições e eles precisam novamente seduzir, chantagear e enganar o povo com suas promessas jamais cumpridas.

Mais para frente a campanha alega que "você é o responsável pelo país que somos", como se o eleitor pudesse se responsabilizar pelos atos de outra pessoa, no caso eleita para um cargo representativo. Muitas vezes nos enganamos com as pessoas, em várias situações, como no trabalho, no amor, na escola. Porque seria diferente com os políticos? Ter votado em alguém não faz de mim cúmplice se esse alguém se tornar um bandido.

"O Brasil é tão bom quanto o voto que você colocou na urna" joga a responsabilidade do estado lastimável em que vive a maioria da população nela mesma. Apesar de ter culpa, os mais pobres não têm culpa sozinhos. E "o candidato que você elegeu é você lá" também mostra para a população algo que digo em minhas aulas já há algum tempo: os políticos não são os representantes eleitos pelo povo, eles são os representantes do povo, são o que o povo é. E o TSE joga isso na cara de todos, com um "se o seu político rouba, ele é você lá". Logo, você faz parte do esquema.

Essa campanha infeliz do TSE tem como objetivo manipular as pessoas, ligando-as de alguma forma a seus candidatos eleitos e fazendo com que haja alguma identificação entre eleitor e eleito, na tentativa de barrar o aumento do número de pessoas que anulam seus votos, por descrédito na política. Mas é claro que só funciona se a quantidade de pessoas for pequena, então faz-se uma campanha dizendo que só a minoria dos eleitores pode cobrar dos políticos. Já imaginaram se os 127 milhões de eleitores desse país resolvessem tomar uma atitude e cobrar do governo federal, por exemplo, o que será feito com os R$ 537,161 bilhões* recolhidos em impostos e contribuições federais em 2007? Creio que não seria agradável para o governo.

Mas o ano está só começando, e será um ano rápido: carnaval, olimpíadas, campanhas eleitorais, Natal. Espero ter mais coisas a comemorar no final desse ano do que tive no que acabou há pouco.

*Total contabilizado até o mês de Novembro.

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Começou bem...

Caros leitores, terminei o ano sem perspectivas, o que denuncia minha postagem anterior. Em outras oportunidades eu já disse que a classe política brasileira tinha perdido o respeito, mas dessa vez o negócio foi longe demais. Revoltadinhos que estavam pela derrubada da CPMF no senado federal, o presidente e seus comparsas resolveram se vingar de tudo e de todos. Para compensar a "perda" na arrecadação, resolveram dobrar o valor do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e somar a ele uma taxa de 0,38% (será coincidência?). Não contentes, aumentaram também a Contribuição Sobre Lucros Líquidos (CSLL), de 9% para 15%, o que atinge em cheio os bancos. O IOF já começou a ser cobrado e a CSLL começará a ser cobrada quando acabar a noventena (obrigatória para mudanças desse tipo no mercado financeiro). Somadas, essas alterações somam aproximadamente R$ 20 milhões. Os outros R$ 20 milhões seriam compensados nos cortes de gastos públicos.
Agora todas as operações financeiras estarão sujeitas a uma carga de impostos muito maior e todas as tarifas bancárias irão aumentar. Ou seja, o povo vai continuar pagando a CPMF, agora com outro nome, mas com uma diferença: vai pagar muito mais caro por ela. Ou o governo acha que bancos e financeiras não vão repassar esses aumentos para o consumidor? Se eles acreditarem mesmo nisso...bom, não vou nem discutir, eles sabem que os aumentos serão repassados e estão pouco se importando com isso.
Sem contar ainda que a perda da CPMF vai virar desculpa para que qualquer projeto seja parado, por falta de verbas. Como se o sistema de saúde recebesse investimentos! E dizer "certamente, as pessoas que votaram contra [a CPMF] não usam o SUS. Se usassem o SUS, eles não votariam contra" apenas demonstra a falta de conhecimento do presidente. O SUS nunca funcionou, com ou sem imposto. Não faz diferença!
O belo discurso presidencial em que ele afirmou que não haveria aumento de impostos, elogiado até por adversários políticos, foi por terra quando o ministro Guido Mantega anunciou o pacote econômico e, ironicamente, disse que os acordos que se referiam a não aumentar impostos eram relativos ao ano de 2007. Alguém deve ter dito que a piada era boa, que ele era engraçado e o pobre coitado acreditou. Mas os palhaços de verdade não estão rindo, porque vão ter de pagar a conta. De novo.
Aumentar impostos eles sabem, mas fazer uma reforma tributária está fora dos planos, certo? Infelizmente, as consequências desses atos não serão boas para a economia. Ao cobrar mais impostos, a quantidade de financiamentos deve cair, desacelerando a economia e a indústria. Ruim para o povo, ruim para o governo, bom para a oposição (ano eleitoral, lembram?). E para quem acreditar que o podre partido governamental e seus cúmplices irão mesmo reduzir gastos públicos, eu tenho um ótimo terreno na LUA para vender. E o corretor é o Papai Noel.


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W. Brumon

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Sou apenas um brasileiro, professor de Geografia, crítico da Política e das "politicalhas" que vejo todos os dias por aí. Sou um cara simpático com meus alunos e amigos, totalmente antipático com e que não acredita mais em política, que gosta muito de dar aula, principalmente pela liberdade de expressar minhas opiniões e discutí-las com os alunos. Gosto de viajar, gosto do bom e velho Rock'n'Roll. Gosto muito de Geografia e de estudar os "matos" desse país. Acho mesmo que nasci no país errado: prefiro campo a praia, vinho a cerveja, frio a calor, morenas a loiras, honestidade ao famoso "jeitinho brasileiro". Enfim isso tudo. Quem quiser saber mais pergunte para meus amigos e alunos.

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Olá a todos.


Estamos caminhando por um mundo globalizado que não enxerga diferenças mais do que econômicas, por isso esse é um dos focos dos atuais estudos geográficos. Como amante, seguidor e professor dessa velha matéria, me sinto na responsabilidade de passar as idéias e atualidades desse contexto para os meus alunos e amigos, como quaisquer outros seguidores que vierem.

A visão é de uma pessoa que passou por diversas dificuldades e ainda passa, vivendo na periferia e tentando, a partir dela, criar certa resistência ao processo de desmonte da educação como um todo que acontece hoje no nosso país. Portanto, continuem se sentindo em casa, e não se esqueçam de comentar e dar suas opiniões sobre cada postagem. Como sempre, respondo aos comentários o mais breve possível.



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