O problema é que ao ser atingido por esse ciclone, Mianmar se viu em uma posição um tanto complexa: permitir que a comunidade internacional ajudasse os necessitados ou manter o isolamento em que o país vive? Por boa parte do mês a decisão foi negar o acesso aos voluntários e organizações internacionais que tentavam ajudar a pobre população daquele país. Como resultado dessa opção que o governo fez, hoje Mianmar tem aproximadamente 134 mil mortos ou desaparecidos e 2,4 milhões de desabrigados. A ONU calcula que a ajuda humanitária, permitida na metade do mês, não chega aos necessitados porque o governo não quer que a população veja que países críticos ao regime ditatorial estão ajudando nessa hora de necessidade. Como se os necessitados se preocupassem com a fonte da água ou da comida que lhe mantém a vida.
Depois de esconder alimentos, não distribuir doações de países dos quais não gostam, de impedir a ajuda humanitária de agir no país, o governo está começando a ceder. Nesta quinta-feira permitiu a entrada de funcionários da ONU enviados para auxiliar os cidadãos. Mas não deixa de ser uma vergonha para toda a humanidade o que eles fizeram. Não só por ser um governo de ditadores, mas por serem ditadores imbecis, que preferem ver a população de seu país morrendo a receber ajuda de países que os criticam politicamente. Nessas horas, vale lembrar, a humanidade é mais importante. Pelo menos deveria ser. Deixem a política de lado, ajudem a quem puderem e quando a ajuda internacional não for mais necessária, voltem às divergências se quiserem. Será tão difícil assim? Pode-se concluir então que a passagem do ciclone, como tragédia, não poderia ter sido evitada, mas com certeza o número de vítimas seria muito menor. A tragédia maior nessa história é o que o governo de Mianmar fez com suas vítimas. Aliás, vergonha mesmo é esse governo existir.
1 comentários:
Essa situação só vem a provar que somos uma aldeia global. O isolamento não faz sentido. Divergências políticas tem causado grande sofrimento humano.
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