Ontem, dia 10 de Abril de 2008, foi confirmada a 80ª morte no estado do Rio de Janeiro por dengue. Os dados incluem também o número oficial da Secretarial Estadual da Saúde para casos confirmados: já passam de 75.000 só nos quatro primeiros meses desse ano, contrastando com os 65.500 em todo o ano passado.
No começo do ano, enquanto pessoas morriam a secretaria de saúde discutia se o caso era de epidemia ou não. O problema era o nome! Típico problema político: "Será que dá pra pedir uma verbinha extra pro Lula?" Depois disso, quando a epidemia não podia mais ser negada, veio a fase da definição de quem é a culpa. Governos federal e municipal ficaram trocando farpas, a população morrendo e a sociedade pagando. Nesse momento, alguns veículos de informação começam a dizer que a epidemia está perdendo força. Será coincidência que pegando médicos emprestados de outros estados, aplicando dinheiro no tratamento e principalmente na prevenção a doença começa a ser vencida? Não acredito!
Vejo mais uma vez que os interesses e desinteresses políticos ficaram à frente do problema: rivais nas urnas, Democratas e Partido dos Trabalhadores (sic!) demonstraram que importa mais o problema do adversário do que a solução para os contribuintes. O governo federal nitidamente fez corpo mole para o problema, vendo os benefícios eleitoreiros de tal mancha na administração dos Democratas. Sem muita saída, estes resolveram abrir a "Caixa de Pandora" e mostrar a situação dos hospitais federais no Rio. Como se o erro de um justificasse o erro do outro.
Depois de tanta troca de acusações, formações de gabinetes, montagem de equipes médicas de fora do estado e hospitais de campanha, a dengue vai acabar cedendo, afinal, é ano eleitoral, O PT já conseguiu prejudicar a cidade do Rio de Janeiro, os Democratas já conseguiram dar o troco, não sei se à altura. E vão para as eleições como adversários, pelo menos até o segundo turno. Se necessário for, virarão amigos de infância. Enquanto isso, morrerão mais pessoas. De dengue, de febre amarela, de excesso de chumbo no corpo, de fome. Mas isso não importa, desde que sobre uma quantidade de eleitores saudáveis o suficiente para votar. Os problemas? Continuarão. As soluções? Só nas próximas eleições. Por essas e outras que continuo com vergonha de ser brasileiro, caros leitores. Infelizmente.
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