Tudo isso não é mentira, aumentar a taxa de juros dificulta o acesso aos financiamentos, importantíssimos hoje na ampliação das vendas de carros e imóveis no geral, assim como de todos os outros bens duráveis e não duráveis. Então porque o aumento?
Na ata, o Comitê de Política Monetária diz que o aumento visa diminuir o impulso do consumidor, o que levaria a um risco de aumento da inflação. Também foi levado em conta o aumento dos preços das commodities, matérias-primas essenciais ao mercado externo.
Quem viveu a época da inflação não tem nenhuma saudade dela, tanto mais corrosiva do salário quanto menores eram os vencimentos. Mas outras repercussões também são esperadas. Os sindicalistas, comerciantes e industriais esperam que haja menor investimento na produção, o que geraria uma queda no crescimento econômico previsto. Da mesma forma, o comércio terá mais dificuldade de vender seus produtos, o que significa maior número de desempregados. Menos empregados significa menos compras, menos dinheiro circulando. Bom para o Banco Central, pois a inflação estará controlada. Mas nada bom para os trabalhadores. E é exatamente essa espiral descendente que se quer evitar.
O assunto Taxa de Juros é tão sério que nos EUA a crise econômica chegou a um ponto em que o governo tenta estimular o consumo devolvendo dinheiro do Imposto de Renda aos contribuintes. Essa crise é agravada, adivinhem, pela falta de consumo. Tão contraditória essa vida. Tudo que os EUA querem é que seus habitantes consumam mais para aquecer a economia e evitar uma crise. Para isso as taxas de juros são mantidas bem baixas, para facilitar o acesso a financiamentos. Enquanto isso no Brasil desestimulamos a economia aumentando juros e dificultando a vida das pessoas para que a inflação não suba. Não sou economista, mas acredito que deva haver uma fórmula que possibilite um país crescer economicamente, com inflação controlada e com consumidores satisfeitos. Digo isso por que vemos esse cenário em outros países e nunca no nosso. Afinal de contas onde será que está o erro? Na economia não acredito, afinal estamos constantemente entre as 15 maiores economias do mundo, já há muito tempo. Parece que sou obrigado a cair novamente no contexto politico, em que os gastos dos governos em todos os níveis me parecem tão responsáveis pela alta da inflação quanto a conjuntura internacional ou o consumo interno. Gastos públicos têm subido vertiginosamente e, como já foi notado na crise dos cartões corporativos e nas viagens de governadores pela exterior, não são usados exatamente onde deviam. Depois reclamam que a taxa de juros no Brasil é a mais alta do mundo. Eu me preocupo mais com os gastos efetivos do que com as expectativas futuras. Se esses gastos equivocados não diminuírem, dificilmente melhoras virão. Ainda mais tendo no governo federal um presidente que não pode se reeleger tendo que usar a máquina pública para fazer seu sucessor (promessa do presidente), de um partido que nunca tinha estado no poder antes. É como diz o ditado popular: "gato que nunca comeu melado, quando come se lambuza". Se lambuzou... e não vai parar por aí.
0 comentários:
Postar um comentário