Um turbilhão de ideias!

Fim de mais um ano.

Nesse espaço, durante todo o ano, publiquei vários textos de minha autoria discutindo diversos aspectos da sociedade, do Brasil e do mundo. Como dizem meus alunos, "piadas ácidas". Foi o início dessa pequena empreitada, no mês de março, que emprestou corpo às minhas idéias.
Concordo que muitas vezes minha opinião foge do normal da sociedade no geral, o que muito me alegra, tendo em vista a forma como a sociedade brasileira se apresenta na atualidade. Várias vezes deixei clara a minha indignação com o desrespeito e o descaso como atuam os diversos atores da sociedade, de políticos à cidadãos comuns. Mas é nessa época de festas que muitas das desigualdades, tão comuns ao país, vêm à tona. Enquanto pessoas comemoram o fim do ano, muitos não têm o que comemorar. Durante todo o ano passaram fome ou necessidades e agora o apelo visual das festas vêm trazer ainda mais tristeza para pessoas que não podem participar das festividades de "amor, paz e união", simplesmente por não poderem comprar o Natal que se vende atualmente.
"Esse é um momento de felicidade, deixemos a política de lado", dirão alguns. Infelizmente não posso deixar de pensar que por obra de alguns poucos, muitos cidadãos não terão o que comer, o que beber, o que festejar. O Brasil se encaminha para a sua "Idade Média", como diz meu irmão, em que o conhecimento ficará confinado a algumas instituições e pessoas e o fundamentalismo religioso tende a aumentar significativamente. Tudo isso acarreta no atraso do país, na falta de crescimento e aumento da corrupção. Não acredito que essa situação seja digna de uma comemoração. "Mas muitas coisas boas aconteceram", dirão outros. É claro, não posso aqui falar das individualidades, que podem ter sido excelentes. Mas é com o coletivo que me preocupo nessa mensagem.
Se olharmos de verdade para o Brasil veremos um país paralisado, com partidos políticos opositores que não têm um plano para o país, mas um plano de poder. Esses planos incluem estar no poder para retirar o máximo possível de dinheiro do orçamento para os partidos. Para isso existem os cargos comissionados, pessoas contratadas sem concurso, ligados aos partidos e que pagam parte do salário como contribuição partidária. Solução simples de financiamento. E os projetos? Quase nunca são iniciados, e se o são, nunca são concluídos. Afinal, devem servir como instrumento de barganha política com os eleitores. Serão sempre promessas porque promessas são equivalentes a votos, votos equivalem a cargos públicos, cargos públicos a dinheiro. Portanto nós eleitores pagamos para sermos enganados até apróxima eleição, em que as mesmas promessas e acusações serão feitas enquanto eles fingem que o processo é democrático e transparente. E o povo cai como um patinho.
Como vocês já devem ter reparado, essa é uma postagem de desilusão (parafraseando um músico da banda Plebe Rude sobre seu último CD). O Brasil não apresentou nada que me faça comemorar o final desse ano e não mostra perpectivas de melhora para o ano que vem. Por esse motivo me sinto no direito de dizer que acabo mais um ano com vergonha desse país. Não vou fazer uma retrospectiva, não creio que seja necessário. Além do mais, doeria bastante lembrar dos Renans, Lulas e Serras. A única coisa que posso fazer é desejar que os leitores tenham um ano melhor. Como já diria o Chico "Apesar de você (governo), amanhã há de ser outro dia". Espero realmente que isso seja verdade, é o máximo que posso desejar nesse momento da história do Brasil. Termino a ano citando um pensador russo, que explica bem o que acontece com esse atual governo na perspectiva política, e que explica minha desilusão e falta de perspectiva:

"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana"
Mikhail Bakunin, anarquista russo do século XIX.

Boas festas à todos.

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Sou apenas um brasileiro, professor de Geografia, crítico da Política e das "politicalhas" que vejo todos os dias por aí. Sou um cara simpático com meus alunos e amigos, totalmente antipático com e que não acredita mais em política, que gosta muito de dar aula, principalmente pela liberdade de expressar minhas opiniões e discutí-las com os alunos. Gosto de viajar, gosto do bom e velho Rock'n'Roll. Gosto muito de Geografia e de estudar os "matos" desse país. Acho mesmo que nasci no país errado: prefiro campo a praia, vinho a cerveja, frio a calor, morenas a loiras, honestidade ao famoso "jeitinho brasileiro". Enfim isso tudo. Quem quiser saber mais pergunte para meus amigos e alunos.

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Estamos caminhando por um mundo globalizado que não enxerga diferenças mais do que econômicas, por isso esse é um dos focos dos atuais estudos geográficos. Como amante, seguidor e professor dessa velha matéria, me sinto na responsabilidade de passar as idéias e atualidades desse contexto para os meus alunos e amigos, como quaisquer outros seguidores que vierem.

A visão é de uma pessoa que passou por diversas dificuldades e ainda passa, vivendo na periferia e tentando, a partir dela, criar certa resistência ao processo de desmonte da educação como um todo que acontece hoje no nosso país. Portanto, continuem se sentindo em casa, e não se esqueçam de comentar e dar suas opiniões sobre cada postagem. Como sempre, respondo aos comentários o mais breve possível.



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