"Primeiramente eu gostaria de agradecer aos mantenedores e à Coordenação Pedagógica do Colégio João Paulo I pela oportunidade de fazer parte dessa família e sendo assim, pela possibilidade de estar aqui hoje.
Devo muito do que aprendi no colégio João Paulo I aos profissionais de todas as áreas que lá encontrei. Também devo muito aos alunos, afinal lecionar, na minha visão, nada mais é do que proporcionar uma grande troca de experiências. Mas já que uma tríade de professores da área de humanidades foi escolhida para estar aqui hoje e representar as turmas, creio que grandes discursos são esperados. Não pretendo fazer um grande discurso, apenas deixar uma lição que aprendi nesse ano.
Nas faculdades que fazemos, aprendemos as matérias referentes aos cursos que escolhemos e alguns optam, no final, pela responsabilidade de ensinar aos que estão se iniciando na vida acadêmica e auxiliá-los nesse longo e prazeroso caminho que é o aprender. Como em muitas outras coisas na vida, o idealismo faz parte do aprendizado e muitos saem da faculdade querendo “mudar o mundo”. Mas o que seria “mudar o mundo”? Não ensinam isso na faculdade! É uma utopia, diriam alguns, com certeza um sonho, diriam outros.
Pois foi nesse ano, lecionando nesse colégio, que aprendi o que significa “mudar o mundo”. Apenas porque conheci certa professora de Português e Literatura e em uma das inúmeras conversas que tivemos durante o ano ela me disse (não exatamente com essas palavras): “O mundo do professor são os seus alunos. Cada um deles. Se você conseguir mudar um de seus alunos, você terá mudado o mundo”.
Relembrei-me então do início da minha carreira como professor e de como eu me propunha a mudar o mundo. Sempre achei que os professores deviam permitir que seus alunos sonhassem, alçassem grandes vôos, crescessem cada vez mais. Eles deveriam ser maiores que os seus mestres, pois assim a humanidade poderia continuar caminhando para a evolução das teorias, do pensamento e das ações. Crescer como sociedade, com mais justiça e igualdade. Evoluir.
Senti-me estimulado e propus-me então à dura tarefa de mudar o mundo. Durante esse ano, trabalhamos, viajamos, brincamos, sorrimos e choramos. E nessa que é a última aula do ano, acho que posso dizer que aprendemos muito uns com os outros. Acho também que conseguimos proporcionar a vocês o instrumental necessário para que vocês não lutem contra moinhos de vento ao encarar o mundo.
Parte do meu mundo está se formando aqui hoje. Espero que, ao saírem por aquela porta essa noite, vocês não estejam em um mundo diferente. Que vocês “sejam” um mundo diferente. Teremos então cumprido o nosso papel de mudar o mundo. Mais um ciclo terá terminado na vida de vocês, mas o fim traz consigo um recomeço. Não teremos mais aquela relação de professores e alunos. Seremos vizinhos, amigos, quem sabe até colegas de profissão. Se a vida impuser caminhos difíceis e tortuosos daqui para frente, vocês podem contar conosco.
Por isso, mesmo estando no papel de professor de vocês há tão pouco tempo, me sinto no direito de pedir algo a vocês que é simples, apesar de não parecer: mudem o mundo. Mudem quantos mundos forem necessários para se tornarem melhores como pessoas e como profissionais. E se vocês se tornarem melhores que seus professores, nós entenderemos. E nos sentiremos orgulhosos por ter participado desse processo.
Nesse novo caminho que se inicia vocês conhecerão novos mundos. O horizonte se abrirá e novas possibilidades surgirão. Abracem a vida e trabalhem com amor, com ética, com respeito, com dignidade. Lutem pelos seus ideais, sempre vale a pena. Einstein já dizia: “Os ideais que iluminaram meu caminho, e que inúmeras vezes me deram novo alento para enfrentar com ânimo a vida têm sido a generosidade, a beleza e a verdade.” E esse é o meu desejo: que a felicidade, a generosidade, a beleza e a verdade estejam presentes na vida de vocês sempre.
0 comentários:
Postar um comentário