Um turbilhão de ideias!

Um novo Código de Trânsito.

Como professor, sempre procurei falar para meus alunos as verdades conhecidas por poucos nesse país. Uma dessas verdades é que temos hoje uma geração de pessoas com pouca educação formal, mal preparadas para o mercado de trabalho, para o convívio em sociedade e, consequentemente, para o trânsito. A geração de motoristas que aí está, com volantes e guidões nas mãos, não tem preparo suficiente para encarar o trânsito de uma cidade grande.
Outra dessas verdades incontestáveis é a de que toda vez que um país precisa fazer leis para impedir coisas que uma boa educação impediria, isso se torna perigoso. Fazer uma lei para impedir as pessoas de jogar lixo nas ruas é algo estranho, no mínimo, afinal de contas (acredito eu) se as pessoas não saem jogando lixo dentro de casa, porque jogam nas ruas?
O povo brasileiro, em sua maioria, não tem consciência ambiental, o que é facilmente explicável pela falta de educação formal. Se não se ensina educação como um todo, como seria possível estudar uma parte dela? O que isso tem a ver com trânsito? Basta perguntar para um motociclista o que uma latinha de alumínio pode fazer. Ao jogar a lata pela janela, pode-se acertar o motociclista, que assustado, pode vir a cair. Já estando no chão, o obriga a desviar, o que pode tornar a condução perigosa. Se não vista, como num dia de chuva, à noite, pode levar à uma queda. Muito se fala de direção perigosa, e se culpa os motociclistas (não estou aqui para defendê-los), mas para quem anda nas ruas de São Paulo todos os dias como eu, por vias principais, avenidas grandes e pequenas ruas, uma coisa está clara: todos cometem errros, alguns mais outros menos, mas isso independe do veículo em que ele está.
O que se vê frequentemente nas ruas de São Paulo é gente cometendo as maiores barbáries no trânsito, seja de carro, seja de moto. Pela agilidade natural das motos, vê-se que atualmente muito mais infrações cometidas por elas, muito pela própria obrigação do serviço, que cobra rapidez. E todos sabemos que velocidade + trânsito = acidentes. Também é claro que os motoristas também cometeriam as mesmas infrações, se fosse possível.
O código de trânsito brasileiro não é antigo, vem sendo modificado e adaptado. Parece que isso ocorre muito lentamente, enquanto que as mudanças na sociedade são cada vez mais rápidas. Dessa forma, o código continua ultrapassado e mudanças que poderiam ser feitas não são. E mais mortes continuam a ocorrer, no trânsito que é um dos mais violentos do mundo (e nem estamos falando das mortes em estradas).
Precisamos de novas aplicações para o código, mas os governos e instituições que cuidam do trânsito precisariam dar o exemplo. Pode-se dizer que para cada ação, há uma reação. Mas pode-se dizer também que para cada falta de ação, há o estímulo ao delito. A mensagem que vem de cima é clara: "Nós, os governantes, estimulamos o crime". Eles apenas não são homens e mulheres o suficiente para admitir a verdade. E a verdade é que coisas erradas dão lucro, seja financeiro, seja eleitoral. Mas na maior parte dos casos, os dois ocorrem juntos.
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"Quem não raciocina é fanático, quem não sabe raciocinar é um imbecil e quem não ousa raciocinar é um escravo"
W. Brumon

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Sou apenas um brasileiro, professor de Geografia, crítico da Política e das "politicalhas" que vejo todos os dias por aí. Sou um cara simpático com meus alunos e amigos, totalmente antipático com e que não acredita mais em política, que gosta muito de dar aula, principalmente pela liberdade de expressar minhas opiniões e discutí-las com os alunos. Gosto de viajar, gosto do bom e velho Rock'n'Roll. Gosto muito de Geografia e de estudar os "matos" desse país. Acho mesmo que nasci no país errado: prefiro campo a praia, vinho a cerveja, frio a calor, morenas a loiras, honestidade ao famoso "jeitinho brasileiro". Enfim isso tudo. Quem quiser saber mais pergunte para meus amigos e alunos.

Sobre o Blog!

Olá a todos.


Estamos caminhando por um mundo globalizado que não enxerga diferenças mais do que econômicas, por isso esse é um dos focos dos atuais estudos geográficos. Como amante, seguidor e professor dessa velha matéria, me sinto na responsabilidade de passar as idéias e atualidades desse contexto para os meus alunos e amigos, como quaisquer outros seguidores que vierem.

A visão é de uma pessoa que passou por diversas dificuldades e ainda passa, vivendo na periferia e tentando, a partir dela, criar certa resistência ao processo de desmonte da educação como um todo que acontece hoje no nosso país. Portanto, continuem se sentindo em casa, e não se esqueçam de comentar e dar suas opiniões sobre cada postagem. Como sempre, respondo aos comentários o mais breve possível.



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