Ao renunciar, Cunha Lima perde o foro privilegiado, ou seja, não será mais julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, onde a sua condenação era iminente. Perder o foro privilegiado nada mais é do que não ter mais a imunidade (ou impunidade?) parlamentar, não podendo ser julgado pelo STJ. O processo volta agora para Campina Grande e começa do zero. Por quatorze anos, Cunha Lima se escondeu atrás da impunidade parlamentar para escapar às acusações de tentativa de assassinato. Ele disparou três tiros contra o ex-governador do estado Tarcísio de Miranda Buriti, alegando ter de defender a "honra de seu filho", então superintendente da SUDENE* e atual governador do estado. Buriti sobreviveu ao ataque.
Agora, com o julgamento marcado para dia 05 de novembro, ele renunciou, em uma nova manobra para não ir à julgamento. Isso mostra novamente que a lei do Brasil favorece os infratores, desde que esses tenham dinheiro ou influência, ou seja o crime compensa! Por quantos anos mais esse processo irá rolar? Só Deus sabe se pegará o acusado vivo!
E não digo isso pelo fato dele estar internado, alegando um caso de arritmia cardíaca. Isso já era esperado, afinal de contas ele é um senhor de idade que de repente foi obrigado, para escapar de um processo, a abrir mão de ter acesso a um dos mais lucrativos negócios da história da humanidade: ser deputado ou senador no Brasil. Não tem coração que aguente!
Isso é só para mostrar o tipo de políticos que temos em Brasília, do qual Cunha Lima é um dos representantes mais simples. Há piores que ele, sem dúvida. E serve também para mostrar como a máxima da justiça foi "adaptada" ao Brasil. 'Todos são iguais perante à lei. Mas alguns são mais iguais do que outros'. Como diz uma amiga minha "...e a sociedade pagando..." Lamentável.
*SUDENE: Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, órgão público federal responsável pelo desenvolvimento de políticas de fomento sócio-econômico do nordeste. Foi extinta em 2001 e recriada em 2002, com o nome ADENE - Agência de Desenvolvimento do Nordeste. Historicamente um dos órgão mais acusados de corrupção e desvios de verbas do Brasil, em todos os tempos.
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