"Mas adianta", responderão alguns. É claro que isso é verdade, os motoristas que tentam manter o controle no caos e que às vezes passam um pouco do limite de velocidade pagarão mais multas, aumentando a arrecadação e as disponibilidades de roubos, desvios e propinas por aí. Sabe como é, quanto mais dinheiro circulando, mais dinheiro pode ser desviado e usado para fundar partidos políticos, por exemplo.
o que ninguém pensa é em deter os idiotas que dirigem que nem loucos no trânsito, entrando e saindo de faixas exclusivas de ônibus, "costurando", como se costuma dizer e andando muito acima da velocidade permitida porque não se preocupam com o valor das multas, que no Brasil só é alto para uma parte da população, a maior. Para uma pessoa que tem um carro de, digamos, R$ 100 mil, pagar uma multa de menos de R$ 70,00 por excesso de velocidade parece piada. E é.
Se quiséssemos realmente reduzir drasticamente os números dos acidentes e mortes no trânsito, assim como os gastos públicos que deles decorre, faríamos como na Espanha, que instituiu um código de trânsito progressivo, mas altamente punitivo. Na primeira infração, o condutor é advertido apenas. Depois disso começam as multas, sempre de uma porcentagem do valor do carro que cometeu a infração (5%, 10%, 15% e daí em diante), podendo o infrator pagar o valor carro de multa sem contar o risco de ser preso.
Fazer isso no Brasil significaria punir os deputados e senadores, por exemplo, que matam no trânsito ou dirigem bêbados. Como não se aplica a lei para alguns, abre-se precedentes para que outros não sejam punidos. E, de impunidade em impunidade, chegamos ao trânsito que mata mais do que muitas guerras por aí. E o pior, as pessoas continuam achando que isso é normal. Dessa forma, para que mudar, não é mesmo?
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