Resultado, como esperado, muitas mortes. É claro que não se esperava um número de mortes tão maior do que no ano anterior, mas não faz diferença. Passado mais de um ano do ocorrido no Morro do Bumba e em Angra dos Reis, nada de culpados ou julgamentos. Agora, já mais de um mês depois dos quase 900 mortos, mais de 400 desaparecidos e 3000 desabrigados ou desalojados também quase não há ações governamentais, a não ser as paliativas.
O Rio de Janeiro se orgulha tanto do seu carnaval que os seus governantes deveriam tomar as escolas de samba como exemplo: terminado o desfile e decretado o campeão do ano, inicia-se a preparação para o ano seguinte e um ano inteiro é gasto nessa preparação. Como vivemos em uma área do mundo em que não se pode esperar que não chova no verão, deveríamos nos preparar o ano todo para que um evento natural não se transformasse em tragédia. A diferença básica entre ocorrer um imprevisto, como o incêndio que ocorreu na Cidade do Samba e ocorrer o previsto para o país é que normalmente nos imprevistos o número de mortes é menor.
Os políticos sabem disso? Sim. E porque então não se faz nada para evitar que esses eventos ocorram? Simples essa conta: calcula-se o quanto deve ser gasto para evitar tragédias, o custo da perda da vida de eleitores e o quanto se pode ganhar de dinheiro com obras de emergência, sem licitação e com a verba governamental em situação de calamidade pública. Resultado: é muito mais lucrativo deixar os morros descerem, mesmo matando pessoas, pois tudo terá de ser reconstruído sem licitação e enchendo ainda mais os bolsos dos políticos com dinheiro público. Mesmo que esse dinheiro seja oriundo da morte de quase mil pessoas. Afinal, o que são mil eleitores a menos na eleição para o governo do estado? Nesse momento, tenho certeza, estão pensando no ano que vem e como vão fazer para ganhar ainda mais dinheiro com a tragédia da vida alheia. Que venham as chuvas!
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