Por você, já vi barcos serem abalroados, políticos hostilizados e venerados, protestos veementes e gente indiferente. Em seu nome também já vi pessoas amaldiçoando o amanhã, o ontem e o hoje. Muitas sem saber o que fazer assistem a tudo em cima do muro e esperam que a discussão acabe para pegar os restos dos derrotados e seguir com os vitoriosos. Outros compram a briga, assumem o risco de opinar e serem esmagados pela história, que não perdoa.
Colocaram a culpa de seus problemas nos homens, nas mulheres, nas crianças, no sol, na lua, em todos os astros juntos, em nenhum em particular. O que já foi feito, o que não foi feito, o que está sendo feito, o que não adianta mais ser feito. Tudo em seu nome. E tudo em vão.
Enquanto cientistas e pesquisadores discutem as causas do aquecimento, os principais agentes poluentes, a fórmula mágica do plástico que se decompõe e os efeitos sobre o homem, o tempo não pára. O planeta continua a girar velozmente em torno de seu próprio eixo, como que em busca de uma resposta: existe uma resposta?
A sabedoria do homem é verdadeiramente fantástica, com seus celulares, computadores e maravilhas tecnológicas sem fim. Cada vez mais avançados e avançados e avançados. Essa sabedoria lhe permitiu conhecer os mecanismos de um planeta singelo, belo e único. Além disso, ameaçado. Por aqueles que o habitam e que dele dependem. Aqueles que o deviam proteger.
Mas o ser humano está ocupado demais com as suas invenções, seus brinquedos, suas necessidades inventadas. E não usa o conhecimento por mais que ele esteja ali, escondido, acanhado debaixo de tanta informação: somos uma espécie ameaçada. Por nós mesmos. E sabemos disso, consciente ou inconscientemente, sabemos. Ah, se sabemos.
Talvez aí esteja o motivo de discussões acaloradas sobre o derretimento das calotas polares ou do destino do urso polar. Nos vemos na extinção. De todos os animais que dominaram a Terra, somos os únicos que têm consciência da possibilidade da própria extinção. Homo sapiens sapiens, não é assim? Temos consciência de nosso saber. E esse saber nos diz: extinção.
Então, usamos o santo nome do Meio Ambiente em vão, tentando nos livrar de uma culpa que sabemos que é nossa. A destruição do Meio Ambiente, independente das consequências, é culpa nossa. Mas usamos e abusamos de seu nome para tentar justificar isso e quem sabe jogar a culpa em outro alguém. Por enquanto não achamos esse alguém, apenas nós mesmos. E continuamos a marchar, marchar, marchar. Para onde? Não sabemos.
Sabemos que o planeta e o Meio Ambiente resistirão a nós, como resistiu a outros.seres dominantes. Sabemos também que um dia seremos apenas pó, marcas no chão e fósseis de uma civilização esquecida no longínquo tempo. Mas peraí: Civilização? Não, creio que não. Essa palavra não se adequa a situação.
Um ótimo Dia Mundial do Meio Ambiente para todos.
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