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Mapa do Mundo de I. Evans - 1799.

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Estudar o físico para entender o humano.

Geopolítica

A arte de entender o mundo.

Momento 'Bobagens'

Não é novidade nenhuma que o nosso presidente é afoito para falar. E falar bobagens é com ele mesmo, principalmente nos discursos de improviso. Também não é novidade para meus leitores, afinal já comentei isso aqui antes. Mas ultimamente ele tem conseguido se superar, não só por falar bobagens cada vez maiores como por conseguir manter a população achando que ele é o máximo. Bom, como diz o ditado, cada povo tem o rei e a rainha que merece. Nós temos o Lula e a Xuxa, fazer o que?
No começo do mês de setembro, por exemplo, ele falou a respeito do projeto do Ministério da Saúde de vetar o uso de cigarros em alguns lugares. Perguntado se apoiava a idéia, fumando uma cigarrilha ele afirmou "Eu defendo, na verdade, o uso do fumo em qualquer lugar. Só fuma quem é viciado". Claro que para as políticas públicas de diminuição do fumo no Brasil, isso caiu como uma bomba. Foi falta de tato. Não percebeu ainda que quando fala como presidente da república é como se fosse o governo federal estimulando o uso do cigarro em qualquer lugar. Não percebeu, ainda que se tenha passado 6 anos, que o Lula (pessoa) só existe quando o Lula (presidente) sai do trabalho (?) e chega em casa. Lá ele pode falar o que quiser para quem ele quiser, como quiser, sem problemas e sem estimular o consumo, que aumenta também os gastos do governo com tratamentos específicos. Boa, Lula.
Também criticou a seleção brasileira de futebol, dizendo que a seleção está numa entressafra de jogadores e disse que falta garra. Para isso usou um Argentino na comparação aos brasileiros. Nessa provou que é "muito esperto", o que lhe valeu severa reprovação do goleiro Júlio César, que disse que "como cidadão brasileiro, e principalmente por ter votado nele, eu fiquei muito chateado. Então vai morar na Argentina. Renuncia à presidência e talvez o Brasil melhore em alguma coisa."
Sobre a crise na Bolívia, afirmou estar de acordo com a expulsão do embaixador norte-americano, pois supostamente este estava fazendo reuniões com a oposição a Evo. Não que eu esteja defendendo os EUA, mas qual o mal dessa reunião? Não é socialista o suficiente? Tenho certeza que faria mais efeito aparecer sem ser esperado e participar da reunião de qualquer forma, já que era para usar a força. E o que Lula disse? "Se for verdade que o embaixador dos EUA fazia reunião com a oposição do Evo Morales, o Evo está correto de mandá-lo embora. " Quer dizer, ele nem mesmo sabe o que está acontecendo e ainda assim está metendo o bedelho onde não foi chamado (e não foi chamado mesmo).
Para terminar, uma de hoje. Lula disse em discurso nesse sábado que Marta é vítima de preconceito na cidade de São Paulo. Como o pt está tomando uma surra na disputa eleitoral em São Paulo de um candidato que aparecia em terceiro lugar (e muito atrás nas pesquisas) antes das eleições, partiu para a apelação. Insinuou em propaganda que Kassab esconde alguma coisa. Devem mesmo ter insinuado que ele é homossexual, como entendeu o Comitê LGBT Marta Prefeita, que soltou nota na última segunda pela manhã dizendo que "esse tipo de linha de campanha é ERRADO e INACEITÁVEL, por várias razões" e que "Neste sentido, o Comitê LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) solicita com veemência à coordenação geral da campanha que retire IMEDIATAMENTE esses questionamentos preconceitusos do ar, inclusive do sítio eletrônico da campanha. Até que isso ocorra, estamos suspendendo todas nossas atividades de campanha, pois não concordamos em absoluto com a linha adotada neste momento". E o que o Lula disse? "Agora ela (a Marta) é acusada de preconceituosa? Eu ainda vou criar o dia da hipocrisia neste país." Hipocrisia para mim é pouco. Aproveita e cria o dia do mensalão também, afinal, que obra...E eu, pobre professor, fecho meu caso. VOLTA PARA O FUNDO DO MAR, LULA MOLUSCO!
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Jabor e o Brasil, Eça de Queiroz e as Farpas.

Acabo de ler o livro "Pornopolítica", de Arnaldo Jabor, em que ele relata, como ele próprio diz, as paixões e taras na vida brasileira. Como crítico que é, faz várias considerações e citações interessantes. Obviamente, não concordo com tudo que ele escreve. Afinal, sou um crítico até de mim mesmo, porque não o seria dos outros? Mas me chamou a atenção uma citação das Farpas, de Eça de Queiroz (obra que, admito, eu não conhecia). Na internet, achei a obra e li vários trechos. Assim como Jabor, coloco aqui parte da obra, por ser uma crítica ácida e por achar que ela se adequa mesmo ao Brasil.

"Aproxima-te um pouco de nós, e vê. O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caráteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há príncipio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima abaixo! O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína econômica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguel. A agiotagem explora o lucro. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. A população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva únicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática. No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padre-nossos maquinais. Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado - e pede-se conhaque! Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão!"
Farpas, 1871
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Curtas! na Crise.

Uma grande crise global vêm se desenvolvendo já há algum tempo na economia neoliberal e de capitalismo financeiro, onde se ganha muito dinheiro com especulação e pouca produção. Mas ninguém esperava que fosse algo tão grande, crise parecida em proporções à famigerada crise de 1929. Há uma grande complexidade nos mercados mundiais, altamente interligados e interdependentes. Vamos tentar entender o que aconteceu, basicamente.

Como Começa?

No ano de 2001, uma outra crise estava se encerrando, a das empresas ligadas à internet, chamadas "pontocom". Como solução, o Banco Central norte-americano, o FED, passou a diminuir sistematicamente as taxas de juros, estimulando o consumo. Nesse cenário, financiar ou refinanciar uma casa tornou-se um grande negócio, algo parecido com o "troca-com-troco", que algumas concessionárias fazem para vender carros no Brasil: os bancos financiavam as hipotecas dos consumidores e devolviam uma parte em dinheiro, que voltava a circular e aquecia a economia. Como os juros eram baixos, uma parcela de classe mais baixa teve acesso aos financiamentos, com títulos de maior risco de indimplência, chamados "subprime". Os bancos venderam esses títulos para outras financeiras, atingindo todo o mercado americano e parte do mercado externo.

Inflação

Com o consumo em alta, aumenta a inflação nos EUA e as taxas de juros voltam a subir, encarecendo a vida e aumentando a inadimplência desses financiamentos. Sem os recebimentos, bancos, financeiras e seguradoras, que garantiam esses empréstimos, passaram a ter sérias dificuldades financeiras. A oferta de empréstimos ficou muito restrita e as empresas, geralmente bancos, que compraram títulos lastreados nas hipotecas imobiliárias anunciaram perdas milionárias.

Crise dos bancos e seguradoras

Para os bancos, as perdas foram maiores, afinal tiveram sérios prejuízos com a inadimplência dos financiamentos e com a desvalorização dos títulos lastreados em hipotecas imobiliárias. A falta de liquidez (acesso a dinheiro) fez com que muitos bancos como Merrill Lynch e Wachovia, ambos entre os dez maiores bancos dos EUA, fossem vendidos com prejuízo de até 50% do valor das suas ações. Outros grandes bancos foram deixados à propria sorte, como o Lehman Brothers e o Washington Mutual e pediram concordata.
No entanto, os dois maiores hipotecários dos EUA, Freddie Mac e Fennie Mae, também anunciaram prejuízos enormes e a possibilidade de falência. Somadas as carteiras de crédito, eles correspondem a metade dos US$12 trilhões em empréstimos imobiliários nos EUA. O governo não teve outra alternativa senão injetar US$ 200 bilhões nesses bancos (e tomar para si a administração). A maior seguradora do mundo, a AIG, também perto de falir, foi salva por US$85 bilhões do governo, que também a administra agora. Tudo para evitar um efeito cascata ainda maior do que o que está acontecendo nessa crise que se torna global por afetar quem investe nos EUA, de todo o mundo.

Crise de confiança

Com a inadimplência, surgiu uma crise de confiança no mercado mundial. Quem sobreviveu até agora não quer correr riscos e pára de emprestar dinheiro. Quem ainda está na corda bamba, precisa de dinheiro. Essa instabilidade faz com que ninguém tenha certeza do que está acontecendo e como a crise seguirá. Investir nas bolsas de valores se torna ainda mais arriscado e há uma fuga dos investidores. Mais gente tenta vender, ninguém compra, resultado: desvalorização em massa das ações das empresas. As empresas acabam descobrindo do pior jeito que arriscaram mais do que deviam em números na tela do computador e têm pouco de palpável. As perdas em alguns casos se tornam irrecuperáveis e há falências em vários países.

G 7

O grupo de países mais ricos do mundo se reuniram e, após já ter tomado medidas em conjunto, anunciaram uma série de medidas que serão tomadas em conjunto para evitar prejuízos ainda maiores em todos os mercados mundiais. Entre as medidas tomadas, que seguem o padrão norte-americano de crédito ao mercado (pacote de US$700 bilhões aprovado pelo congresso), estão evitar novas falências de instituições financeiras; aumentar a liquidez dessas instituições; reestabelecer a confiança do mercado, voltando a emprestar dinheiro; garantir os depósitos em bancos e reativar o mercado de hipotecas. Não se pode esquecer que é necessário aquecer a economia e gerar empregos para que as hipotecas voltem a ser pagas. Sem isso, vai ficar difícil.

Brasil no contexto

Apesar das declarações infelizes do nosso presidente, sim, a crise existe e pode afetar e muito o Brasil. Não é um problema apenas de George W. Bush, como pensa Lula.
A grande dificuldade no Brasil será, como no resto do mundo, o acesso ao crédito, necessário para sanear contas de curto prazo e investimentos de médio e longo prazo. Com a desaceleração do crédito, diminuem também créditos imobiliários e automotivos e a produção industrial. Consequentemente aumenta o desemprego. As empresas com ações na bolsa de valores de São Paulo valem hoje metade do que valiam em maio desse ano. Não, a crise não deve mesmo nos atingir.

Fica a lição para o governo brasileiro. Guido Mantega afirmou que a economia está sólida e que estaremos bem. Os números não mostram exatamente isso. E o presidente, que discursa muito bem para as pessoas que não sabem o que está acontecendo, me impressionou muito. Primeiro não sabia da crise, mandou perguntar para o Bush. Depois declarou que o governo está atento à situação das empresas. Agora fala mal da cartilha do FMI, que administra a nossa economia há anos, cartilha que fica sob o travesseiro do presidente, seja ele quem for.
Sempre mordendo e assoprando, como um morcego vampiro, para manter a elite feliz e os pobres na ignorância Lula continua administrando o país como se administra um sindicato. Só que um sindicato não é um país. Muito menos um país é um sindicato.
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Pense!

"Quem não raciocina é fanático, quem não sabe raciocinar é um imbecil e quem não ousa raciocinar é um escravo"
W. Brumon

Sobre o autor!

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Sou apenas um brasileiro, professor de Geografia, crítico da Política e das "politicalhas" que vejo todos os dias por aí. Sou um cara simpático com meus alunos e amigos, totalmente antipático com e que não acredita mais em política, que gosta muito de dar aula, principalmente pela liberdade de expressar minhas opiniões e discutí-las com os alunos. Gosto de viajar, gosto do bom e velho Rock'n'Roll. Gosto muito de Geografia e de estudar os "matos" desse país. Acho mesmo que nasci no país errado: prefiro campo a praia, vinho a cerveja, frio a calor, morenas a loiras, honestidade ao famoso "jeitinho brasileiro". Enfim isso tudo. Quem quiser saber mais pergunte para meus amigos e alunos.

Sobre o Blog!

Olá a todos.


Estamos caminhando por um mundo globalizado que não enxerga diferenças mais do que econômicas, por isso esse é um dos focos dos atuais estudos geográficos. Como amante, seguidor e professor dessa velha matéria, me sinto na responsabilidade de passar as idéias e atualidades desse contexto para os meus alunos e amigos, como quaisquer outros seguidores que vierem.

A visão é de uma pessoa que passou por diversas dificuldades e ainda passa, vivendo na periferia e tentando, a partir dela, criar certa resistência ao processo de desmonte da educação como um todo que acontece hoje no nosso país. Portanto, continuem se sentindo em casa, e não se esqueçam de comentar e dar suas opiniões sobre cada postagem. Como sempre, respondo aos comentários o mais breve possível.



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