Os ratos - se achando muito rebeldes - querem ser livres dentro da sua prisão. Os ratos não entendem que é impossível ser livre cercado por muros.
Os ratos não percebem que estão sendo cultivados pelos gatos. Os gatos convenceram os ratos que eles são especiais dentro da gaiola.
Os ratos se acham até revolucionários quando pedem para que seja conservada sua gaiola sem gatos não percebendo que pedem para serem conservados presos, sem perceberem que quando pedem para conservar estão sendo conservadores.
Os ratos - tão ocupados em correr na roda que há dentro da gaiola - se esquecem que há uma academia de gatos bem na entrada da gaiola. Os ratos não percebem que a grande parte dos conhecimentos que adquirem dentro da gaiola é para que sejam competentes ao justificar a ação dos gatos.
O sonho de muitos desses ratos é um dia ser gatos. Então os ratos elegem representantes e fazem assembleias seguindo todo o modelo usado pelos gatos.
E então os representantes dos ratos sentam-se na mesa de negociação dos gatos, e dão entrevistas à tv dos gatos manifestando sua indignação por estarem sendo molestados dentro da gaiola feita e mantido pelos gatos. Os ratos indignados alegam que foi combinado com os gatos que eles teriam autonomia dentro dos muros...ops...digo: da gaiola.
Mas alguns ratos não gostam da gaiola, preferem a cidade. E na contramão da miséria do movimento estudantil dos ratos eles lançam a pergunta:
Porque então não prendemos os gatos dentro da gaiola?
(Autoria do texto é o contexto, é a situação que vivemos)
Folheto distribuído na FFLCh-USP durante a pseudo-greve de alguns poucos alunos da dita universidade. Vale lembrar que o texto não poderia ter autoria revelada mesmo, afinal todos que criticam abertamente as atitudes dos "comandos de greve" correm sérios riscos de sofrerem represálias, desde o síndico que foi ameaçado porque estava trancando as portas das salas para que as cadeiras não fossem empilhadas até as professoras que criticaram os atos dos grevistas abertamente e tiveram as portas de suas salas pichadas. É a democracia dos partidos políticos que controlam o miserável e vergonhoso "movimento estudantil" atual na USP.
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