
Independentemente de como foram libertados, é sempre uma boa notícia quando sabemos da libertação de reféns, especialmente quando são reféns de traficantes de drogas disfarçados de guerrilheiros. As FARC deixaram de ser uma guerrilha há muito tempo, desde que o tráfico de drogas se tornou a sua fonte de renda. Não dá nem para pensar em aceitar uma guerrilha que diz lutar por igualdade e pelo socialismo quando se sabe que eles arrancam a cabeça dos traficantes que tentam não comprar e vender as suas drogas.
O lado bom de tudo isso é que parece que as FARC têm tudo agora para deixar de existir de uma vez. A morte de seu líder, Marulanda (em 26 de março, de ataque cardíaco) e do segundo no comando, Raul Reyes (01 de março, em ataque de tropas colombianas em território equatoriano) deixaram um vazio difícil de preencher. Além disso, ações cada vez mais elaboradas do exército colombiano têm tornado a existência dessa quadrilha cada vez mais difícil. Desmoralizados e com alta rejeição do próprio povo colombiano, fariam um favor a si e a todos se libertassem os outros reféns e depusessem as armas.
Em todo o mundo, repercutiu bastante a soltura dos reféns, com mensagens de "até que enfim" de todas as partes. Até mesmo Hugo Chávez, grande financiador dos narco-assassinos, já tinha dito que não havia mais lugar para a luta armada no continente. Talvez pela proximidade com os criminosos soubesse por antecipação do enfraquecimento do grupo. E para posar de santo ele não perde oportunidade. Mas por incrível que pareça, a mensagem mais infeliz não veio de Chávez, mas sim do presidente equatoriano, Rafael Correa. Ele lamentou que a libertação tenha ocorrido por ação militar e não pela via da negociação. Pelo que eu entendo, prefiro que a libertação tenha sido militar e que os prisioneiros agora desfrutem da companhia de seus familiares do que eles continuarem prisioneiros enquanto incompetentes e comparsas das FARC, como Chávez e o próprio Correa negociavam as suas vidas em troca de visibilidade internacional e material de propaganda de seus programas socialistas fadados ao fracasso.
Torço de agora em diante que mais ações civis e militares possam levar parentes do cativeiro de volta para suas casas e que pessoas usadas como moeda de troca voltem a viver em liberdade e com seus amigos e familiares. E que essas guerrilhas nunca mais sejam capazes de sequestrar e matar pessoas nem de produzir e distribuir cocaína pelo mundo. Afinal, já tem muita gente fazendo merda de cara limpa, não precisamos mesmo de drogas para isso.
*Fonte da imagem www.oglobo.com
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