Enquanto o governo federal faz de tudo para construir a imagem de uma pessoa insossa para concorrer à presidência da república, o governo do estado de São Paulo faz de tudo para manchar a sua própria imagem e a do outro forte candidato à presidência. Então lá vai a pergunta maldosa: o que tem a ver o lançamento do filme do Lula, o apagão, a queda da estrutura de uma ponte do rodoanel e o desabamento de uma estação do metro em construção? Respondo: TUDO!
É claro que vão dizer que todas essas obras estão interligadas pelo fato de serem obras de governos e que por isso estão sofrendo desvios monstruosos de verbas. Nem comento mais essas coisas, afinal de contas no Brasil se não tem desvio de verbas não há nenhum tipo de serviço ou obra prestado pelo governo, mesmo que isso aconteça mal e porcamente.
O que une PT e PSDB como farinha do mesmo saco é a necessidade de correr com as obras para fazer propagandas políticas no ano que vem para a campanha presidencial. Fazer mal feito não é o problema, o problema mesmo é não fazer completo. Grandes obras são excelentes para pleitos eleitorais, então os dois partidos estão fazendo todas as suas obras a toque de caixa, correndo muito para acabar as obras no ano eleitoral e usá-las como propaganda. É claro que quando se faz essas obras correndo, acaba-se fazendo mal feito. Tenho medo só de pensar no resultado disso tudo, obras que deveriam durar dezenas de anos vão implodir em pouco tempo por causa dessa maldita correria.
O dinheiro que deveria ser investido em infraestrutura pelo governo federal está pagando pelo bolsa-esmola, a chantagem eleitoral preferida pelo Lula e pelo partido dos trombadinhas. E o desenvolvimentismo dos tucanos, feito nas coxas, pode causar acidentes muito mais graves do que o do rodoanel ou do metro que caiu. Tudo isso em nome da manutenção ou obtenção do poder, que como dizia Lord Acton, corrompe. O poder absoluto, que corrompe absolutamente no Brasil, é a presidência da república. Então, marcharão unidos os dois partidos para continuar a obra um do outro, numa dualidade quase rivalidade quase paixão não correspondida. Todos eles são péssimos administradores e infelizmente um deles vai herdar o país e se tornar o sócio maldito de todos os brasileiros: o governo federal.