Em uma reunião realizada no dia 19/06/2008, a União Européia (U.E.) decidiu acabar com as sanções diplomáticas que existiam para com Cuba. Não que isso tenha um papel fundamental na história, afinal eram apenas sanções diplomáticas e não econômicas, como as norte-americanas. mas sinaliza que a U.E. tem algum tipo de interesse nesse país, o que não é muito difícil de imaginar. Esse país da América Central, na época da Guerra Fria abastecia Moscou de açúcar, em acordos muito vantajosos para os cubanos. Tudo para manter um país socialista muito próximo dos EUA.Quem produzia açúcar, pode muito bem produzir álcool e a europa não dependeria do Brasil se quisesse mesmo entrar na onda do etanol. Me parece interesse estratégico, apesar de a maioria das pessoas ou não ter ligado ou quererem minimizar o fato. Mas o mais engraçado foi ver do mesmo lado norte americanos, cubanos dissidentes e até mesmo Fidel Castro. Juntos sim, mas no lado das reclamações.
Fidel disse que desprezava a hipocrisia que a medida de U.E. representa. Em muitos aspectos, deve ser o mesmo desprezo que tem pelas aberturas que o seu irmão, Raul Castro faz no país agora que é presidente. O governo dos EUA minimizou a questão, mas a verdade é que trabalhou firmemente para que essa decisão não acontecese. Não conseguiu. Na sexta-feira, dia 20/06, o porta-voz norte-americano declarou que a U.E. deve fixar "um certo número de critério humanitários" para dialogar com os cubanos. Entre esses critérios, a libertação dos prisioneiros políticos e o respeito às convenções internacionais sobre direitos civis e políticos, liberdade de informação e acesso à internet. Vindo de uma das nações menos democráticas do mundo, chega a soar estranho esses, digamos assim, "desejos". Enquanto isso, dissidentes reclamam da posição da U.E. afirmando que o governo cubano ainda não é exatamente um governo democrático. E nisso tem toda razão.
Mas ao que parece, a questão política novamente é apenas um pano de fundo para as questões econômicas que envolvem o mundo agora. Se houver um acordo comercial, a U.E. pode investir em produção de combustíveis em Cuba, filão de mercado que os EUA estão deixando passar. É como eu sempre digo: não é o problema ambiental, muito menos o político. O grande problema é sempre econômico, estão todos de olho em mercados promissores como o Brasil e Cuba para talvez modificar sua matriz energética, não depender tanto assim do petróleo e de quebra tirar poder político e econômico da OPEP. Quem é contra? Os EUA, que por ideologias ultrapassadas perderam a chance de ajudar Cuba para se beneficiar depois, como foi feito na independência do Panamá e na construção do seu canal ligando os aceanos Atlântico e Pacífico. Parece que esqueceram como fazem a sua política externa. Agora é torcer para que essa parceria demore para sair para que, com o tempo, quem sabe até entrar no negócio. Só o tempo dirá.







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