Ao perder a sua individualidade, acham que estão abrigados pelo grupo e assim não sentirão as consequências de seus atos, individualmente. Uma pena que no Brasil de hoje só se assista reuniões de pessoas para esse tipo de atitude criminosa.
Um exemplo que vem de fora e que podia ser copiado é o caso da Grécia, onde várias manifestações ocorreram em dezembro passado por causa da morte de um estudante de 15 anos pela polícia. Os manifestantes entraram em estações de TV, gritaram palavras de ordem, enfrentaram a polícia. A morte ocorreu dia 06/12, no dia 10/12 houve uma greve geral em apoio aos estudantes. Falou-se até em renúncia do Primeiro-ministro grego.
Agora os ânimos se acalmaram, mas por um breve momento toda a Europa começou a sentir os efeitos da movimentação dos estudantes. Temendo que elas se espalhassem, começaram a tomar medidas preventivas. Nesse momento as coisas voltaram ao normal, mas os estudantes deixaram claro que são uma força que deve ser respeitada. Vendo essas atuações, me peguei pensando: porque isso não acontece mais no Brasil?
Estudando na USP, mais precisamente na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), sou obrigado a admitir a resposta: aqueles que se julgam a elite intelectual do país, em grande número, está na USP de passagem e não tem intensão de utilizar seus conhecimentos em prol da população. Na verdade a FFLCH está mais para o playground da elite e da classe média alta, onde os filhos vão "brincar de ser pobre". Andam esfarrapados, com chinelos de couro surrados e se dizem contra o "capital", seja lá o que querem dizer com isso. E no final de mais um dia vão para casa em seus possantes carros de R$60 mil, como dizia um colega, tomar yogurte.
Dá para entender porque as revoluções sociais proporcionadas pelos nossos estudantes não ultrapassam os muros da faculdade: não podem ofender ou comprometer a imagem dos pais capitalistas, que os sustentam.
O movimento estudantil de hoje é uma ofensa aos estudantes de outras épocas dessas mesmas faculdades, que buscaram as soluções para os problemas reais que existiam no país. Mas o país mudou, a realidade econômica também. E tudo que se vê é um país que prepara sua elite para o governo, a classe média baixa para os cargos técnicos e o resto da população fica no analfabetismo, apesar dos índices favoráveis das provas que os governos fazem com os alunos (aquelas cujos gabaritos vazam na internet antes da prova!). E ninguém protesta! Deve ser por isso que grandes aglomerações no Brasil tem poucas definições: CARNAVAL, MICARETA E ARRASTÃO. O resto é eventualidade.
2 comentários:
Muito bonito... um descanso para os olhos... para o espírito... Uma terapia digital!
Parabéns!
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http://selvabrasil.blogspot.com
Blog que reúne cartas (poemas, contos, crônicas) além de hospedar um zine e uma página com foto/imagens variadas...
Obrigado, Magno. Seja sempre bem-vindo.
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