No entanto, de tempos em tempos algo diferente acontece, como no início do mês de fevereiro desse ano. O vice-primeiro ministro israelense, Matan Vilnai, declarou em entrevista que o grupo extremista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, está com suas ações atraindo um holocausto para a região.
Esta declaração repercutiu muito mal no mundo todo, afinal normalmente a palavra holocausto é usada em referência às praticas nazistas na Segunda Guerra Mundial, predominantemente contra Judeus. E todos sabem que se refere a um genocídio, não há outra explicação.
No Brasil, a Federação Israelita soltou uma nota condenando o uso da palavra holocausto pelo vice-primeiro ministro. Mas alguns pontos chamam a atenção:
- O Estado de Israel vem sendo atacado diariamente por dezenas de mísseis provenientes da faixa de Gaza;
Com certeza isso é verdade. Para mim, o número de mortos não importa, qualquer vida perdida é para ser lamentada. Mas normalmente para cada bomba que explode em Israel, uma enormidade de bombas explode na faixa de Gaza, fazendo muito mais estragos e vítimas.
- Enquanto o Hamas, grupo terrorista que controla a faixa de Gaza, não aceitar a existência do Estado de Israel, bem como praticar violência diária contra o território israelense, a região será palco de conflitos;
Talvez esses conflitos não existissem se a ONU, organização que não presta para nada, tivesse cumprido o prometido quando fixou os judeus nas terras habitadas por Palestinos, dividindo-a entre os dois grupos: reconhecer a existência dos dois Estados soberanos. Israel foi reconhecido como um país, a Palestina não. Mais tarde esses territórios foram anexados ao território Israelense. Me parece muito justo. Se os palestinos não reconhecem Israel, tampouco Israel reconhece a Palestina. Pode ser pouco para quem está de fora, mas para os palestinos acredito que serve de estímulo à guerra.
- Cenas como as mostradas pelas televisões em todo o mundo com crianças feridas fazem parte do marketing destes radicais para colocar a opinião pública contra o Estado de Israel. Crianças também são atingidas em território israelense sem o mesmo uso das imagens.
O uso ou não das imagens de crianças feridas e mortas é o que está em discussão aqui. Talvez devêssemos nos preocupar mais em tentar não matar crianças em ambos os lados.
Sei que estou metendo o bedelho onde não sou chamado. Apenas vejo que durante muito tempo Israel guerreou com a ajuda dos EUA, ampliou enormemente seu território e seu poderio bélico, possui bombas atômicas, distribuiu assentamentos em áreas consideradas palestinas e até hoje utiliza a maioria esmagadora dos recursos naturais dos dois territórios, especialmente a água.
Tudo isso pode facilmente ser entendido como provocação. Não que isso justifique alguém entrar em um mercado e se explodir para matar israelenses. No entanto, para os mais radicais, morrer dessa forma é uma honra e não um demérito. Não devemos olhar para esse conflito com nossos olhos preconceituosos de ocidentais.
Para terminar, a nota diz o seguinte:
- Esperamos que o mais breve possível a paz retorne ao Oriente Médio e que os grupos terroristas sejam substituídos por governos democráticos e, com clara intenção em favor da paz.
Eu também espero. Até porque nenhum dos lados até agora realmente desejou a paz. Um grupo não aceita a existência do outro, então a solução é o extermínio. Como Israel topou ser a ponta de lança norte-americana no Oriente Médio e adotou o modo de vida capitalista, todo o apoio lhe foi concedido, talvez como uma forma de influenciar as futuras gerações da região. Até agora pelo menos não tem funcionado dessa forma fora de Israel. Nesse conflito sem perspectivas de fim pelo menos alguém teve coragem de dizer o que realmente pensa. E sinceramente não acredito que ele esteja sozinho nesse pensamento.
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