Segundo essa pesquisa, os parlamentares brasileiros incluindo a Câmara Federal e o Senado custarão em 2007 os surpreendentes R$ 6.068.072.181,00, o equivalente a R$ 11.545,04 por minuto. Dessa forma fica mais fácil entender o porque da falta de verbas para a saúde, educação, transportes, segurança, enfim, aquilo para o que os governos arrecadam impostos, que não são poucos. No ano passado, apenas em imposto de renda, o governo federal arrecadou a bagatela de R$ 397,611 bilhões que me pergunto sinceramente onde foram parar.
Comparando-se os legislativos, chega-se a conclusões óbvias. Os parlamentares brasileiros não valem o que recebem. Trabalham pouco, gastam muito e não correspondem às expectativas de seus eleitores. Muitos ainda respondem a processos na justiça, pelos mais variados motivos.
Quando trato da política brasileira sempre me lembro de um livro, chamado Cocanha - a história de um país imaginário (Hilário Franco Júnior, Cia. das Letras). Nesse livro, o autor descreve esse país, onde só se chega depois de passar por várias provações, mas uma vez lá, a pessoa viverá sob a lógica do "quanto menos se faz, mais se recebe". Cocanha seria a terra da abundância, da ociosidade, da liberdade, da juventude, enfim, dos prazeres absolutos. O conto que deu origem a esse país é de meados do século XIII e simboliza em muitos aspectos os desejos de uma sociedade (européia) que passava por muitas privações. Esse lugar seria a resposta a todos os problemas e repressões pelas quais passavam os europeus. Ainda assim seria apenas imaginário.
Mas no Brasil tudo é possível. Enquanto na Europa esse conto é apenas um mito, no Brasil ele foi materializado. Chama-se Brasília e é a capital federal do país. A abundância (verbas de gabinete, ajudas de custo, 15º salário, etc.), a ociosidade (trabalho de terças até quintas, dois meses de férias), a liberdade (chamada de "imunidade parlamentar") são apenas aspectos da Cocanha Brasileira.
Gostaria realmente de acordar desse que me parece o maior pesadelo da história política do país, mas não creio que seja possível. São pessoas e interesses demais envolvidos. Parece que teremos de conviver por muitos anos ainda com esse tipo de situação. E com os níveis da educação cada vez mais baixos (não nos números, na realidade), me parece que entramos em um círculo vicioso, onde a elite governa para a elite, tira para si os maiores proveitos e sequer é cobrada por isso. E como sempre é o povo que paga a conta.
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