P. S. Todas as imagens e citações são do blog da ocupação (ocupacaousp.noblogs.org). Não consigo deixar de estranhar a linguagem utilizada, muito parecida com a de partidos políticos. Mas comento sobre isso em outra oportunidade.
Revolucionários X Reacionários
Nas discussões a respeito da ocupação da reitoria da USP, muitas coisas já foram ditas, muitas delas certas, de parte a parte. Para quem está no olho do furacão, ou seja, funcionário e alunos, esclarecimentos. Primeiro, a ocupação em si fez com que a greve fosse vista e comentada fora da USP, coisa que não aconteceu nos movimentos anteriores. Segundo, muitas das reinvindicações são válidas, como manter a autonomia universitária ou contratar professores para o lugar daqueles que se aposentam. O governo estadual, como sempre, mostra a sua incompetência ao impor essas decisões sem consultar os futuramente afetados. Ações desse tipo sempre têm uma reação em contrário. O ato da ocupação foi essa resposta e toda a pauta de discussões foi elaborada em cima dos decretos estaduais. Descontando o impasse infantil em que se encontram as negociações (só negocio se desocupar, só desocupo se negociar), a situação se torna a cada dia mais instável entre aqueles que ocupam e os que são contra a ocupação. Parece que pouco importa o resultado, só se os "reacionários" ou os "revolucionários" vão ganhar a parada. Dividir o mesmo ponto de vista não é obrigação de ninguém, mas aceitar o ponto de vista dos outros é, no mínimo, prova de inteligência.
Dessa forma, sou obrigado a poderar: aqueles que não querem a ocupação deveriam ao menos tentar entender o ponto de vista dos outros. E discutí-los. Aqueles que estão ocupando a reitoria deveriam explicar melhor seus pontos de vista, como por exemplo o ponto 7 das reivindicações: Arquivamento do processo de modificação das regras de cancelamento de matrícula dos estudantes da USP. No ponto 10, uma contradição: exige-se a construção de novos prédios para aumentar o número de vagas, mas exige-se que não sejam retirados os moradores atuais. E os irregulares, ficam mesmo sem ter direito? No ponto 13, os estudantes se posicionam pelo direito à liberdade política e cultural e pela retirada da polícia do interior do campus. Quanto às liberdades, eu entendo e concordo. Mas será que existe algum motivo aceitável para a polícia não poder entrar no campus, algo que ultrapasse a barreira da década de 80? No entanto, o ponto que mais me chamou a atenção foi o 12, trancrito a seguir: Que nenhuma punição - sindicâncias ou demais processos administrativos e repressivos - seja tomada contra os alunos com relação à ocupação da Reitoria, a qual se deu devido à ausência do representante legal da Reitoria na audiência pública convocada pelos estudantes no Anfiteatro de Geografia e pelo impedimento da entrada dos estudantes na Reitoria para a entrega de sua pauta de reivindicação, neste presente dia. E que todas as sindicâncias e demais processos administrativos levantados contra estudantes sejam retirados. Não consegui entender. No movimento democrático, existem ganhos e perdas. E existem consequências. Se as pessoas só entram em um movimento que não possa ter nehuma consequência, que aprendizado tirar disso tudo? Lembro que estou falando mais dos ocupantes por ter partido deles o ato de ocupar. Por esse motivo eles têm que explicar o fundamento de seus atos. E também por que não consigo ver nada de democrático em pessoas sem direito ocupando vagas do CRUSP, em extensões de prazo para jubilamento ou em arquivamento de processos seja contra quem for, pelo motivo que for. Enquanto as pessoas não entenderem que a democracia é feita de perdas e ganhos e que atitudes como o cartaz e o texto aí em cima não torna muito diferentes os dois lados, vai ficar difícil. Não se pode imaginar que democracia é que todos concordem com tudo. E se discordar de algo não é democrático, meu Deus, criaram uma nova democracia! Uma que eu não conheço.
P. S. Todas as imagens e citações são do blog da ocupação (ocupacaousp.noblogs.org). Não consigo deixar de estranhar a linguagem utilizada, muito parecida com a de partidos políticos. Mas comento sobre isso em outra oportunidade.
P. S. Todas as imagens e citações são do blog da ocupação (ocupacaousp.noblogs.org). Não consigo deixar de estranhar a linguagem utilizada, muito parecida com a de partidos políticos. Mas comento sobre isso em outra oportunidade.
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