Em anos eleitorais, vislumbramos as “maravilhas” feitas na administração. Enquanto Marta Suplicy dizia ter operado milagres na educação, todo um escândalo foi feito nas últimas eleições para prefeito de São Paulo, quando o Sr. José Serra foi eleito. Isso por causa das escolas de lata, notadamente uma vergonha para a cidade mais rica do Brasil. Pois bem, esse senhor foi eleito prefeito, ficou dois anos no poder, se afastou e hoje é governador do Estado. O seu sucessor, Gilberto Kassab, há pouco mais de um ano no poder, ainda convive com essas escolas. E provavelmente conviveremos com elas por mais algumas eleições. Apesar das afirmações de que escolas e salas de lata acabaram, o próprio site da prefeitura mostra: “A rede municipal de ensino ainda possui 24 salas de lata distribuídas por oito escolas, onde estudam 2.584 alunos. No total, existem 1.298 escolas municipais
Outros exemplos podem ser dados, como no caso de São Paulo a chamada Progressão Continuada, que faz com que os alunos passem de ano mesmo completamente despreparados. No papel é muito interessante, projetada para não deixar alunos “para trás” nos estudos e criando as salas de renegados, os piores alunos da escola. Mas não funciona na prática, pois os alunos se formam e saem da escola sem o conhecimento necessário para enfrentar o mercado de trabalho.
Por isso é que digo que para mim, o sistema educacional público brasileiro é o melhor do mundo. Perguntariam-me então: “Você critica e agora fala que esse é o melhor sistema educacional do mundo?” Explico. Sistemas são criados com uma função e se cumprem essa função, são eficientes.
A educação no Brasil é pensada para que as pessoas saiam da escolas analfabetos funcionais, e o número é cada vez maior. De acordo com o Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), dados do Instituto Paulo Montenegro/IBOPE, 75% dos brasileiros são considerados analfabetos funcionais. Destes, 8% são analfabetos absolutos, 30% lêem, mas compreendem muito pouco e 37% entendem alguma coisa mas são incapazes de interpretar e relacionar informações. Apenas 25% dos brasileiros com mais de 15 anos têm pleno domínio das habilidades de leitura e de escrita. Já com relação à Matemática, o INAF mostra que 77% são analfabetos funcionais. Estas pessoas até sabem ler e fazer contas simples, mas não conseguem desenvolver o raciocínio lógico, fazer relações, conexões, ou seja, não tem as habilidades necessárias para viabilizar o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Dessa forma fica difícil entender os desmandos dos políticos, assim como fica difícil conseguir emprego em um mercado de trabalho cada vez mais disputado.
Se nosso sistema educacional é pensado para fazer com que tenhamos um número cada vez maior de analfabetos funcionais, pessoas sem capacidade de julgar atos políticos ou qualquer outro ato, devo dar os parabéns aos governantes. Ele cumpre fielmente os seus objetivos. Teremos cada vez mais pessoas despreparadas no Brasil e o reflexo disso é o mais óbvio do mundo: ficaremos sempre para trás no desenvolvimento social, político e econômico no mundo, sempre subdesenvolvidos. É esse o objetivo, ou não é? Mas o Brasil é assim mesmo: a gente é subdesenvolvido e gosta! E depois falam em desenvolvimento...
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