Eu ficaria realmente muito contente em não ver as histórias reais que passam na TV nesses dias, como o caso de um arremessador de martelo que treina girando botijões de gás ou um remador que terá de abandonar o esporte depois dos jogos pois a mãe está doente e, não tendo patrocínio, ele terá de trabalhar para ajudar no sustento da casa. Mais importante que realizar uma competicão desse nível seria o Brasil olhar para esses atletas com um pouco mais de carinho. Não adianta agora todos ficarem depositando as esperanças de medalha nesses atletas. Não dá para ficar completamente concentrado na competição se preocupando com as contas vencidas em casa. É verdade que muita coisa já mudou, mas ainda precisa melhorar. A deplorável situação do patrocínio aos atletas brasileiros só perde para a cara-de-pau de alguns políticos que se aproveitam quando uma equipe ou um atleta conquista um record, uma medalha. Sempre querem tirar fotos, fazer propaganda. Mas ajudar que é bom, nada.
Outra coisa que me preocupou foi a falta de consciência da organização. As finais de sete modalidades, as mais procuradas, não serão vendidas nas bilheterias, como se todo brasileiro tivesse acesso à internet. Órgãos de defesa do consumidor já avisaram: qualquer que se sentiu lesado pode entrar na justiça contra a organização, especialmente por perdas e danos e por não ter havido igualdade de condições na compra. Isso sem contar na ação dos cambistas, flagrados em plena ação no primeiro dia de venda nas bilheterias. Enquanto isso, ingressos já são vendidos abertamente no Mercado Livre, site de compra e venda na Internet.
E o resto? Tudo vai dar certo. As competições acontecerão na mais plena paz, os traficantes terão uma sorte de clientes muito maior e por isso ficarão quietinhos. A infra-estrutura montada fica, é verdade. Mas isso não garante o respeito que os atletas merecem. Eles devem ser lembrados depois de terminadas as competições.
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